A lancha mais veloz da América Latina foi lançada em março pelo estaleiro Force One, instalado no Guarujá, litoral de São Paulo.
A meta da empresa é vender a Force One no mercado externo, principalmente, nos Estados Unidos, Itália, França e Austrália.
Quatro unidades da lancha já foram produzidas no estaleiro e a expectativa é produzir mais 15 unidades até o final do ano para abastecer o mercado interno.
Há uma forte demanda reprimida desse tipo de embarcação. Não existe barco de velocidade no Brasil. O projeto levou cerca de cinco anos para ser desenvolvido.
Para exportação o pedido mínimo é cerca de cem barcos e por isso a empresa está prospectando novos investidores.
Não tem recursos econômicos, financeiros, nem capacidade industrial instalada para produzir os pedidos mínimos.
Mesmo assim, revelou que para exportar a Force One vai fechar acordos com distribuidor europeus e americanos.
Reclamou que a empresa não tem nenhum tipo de apoio oficial e que está a procura de linhas de fomento. Quem tem dado apoio nessa iniciativa são os fornecedores de matérias-primas.
A construção desse tipo de barco é 100% artesanal e não tem como automatizar a produção. Gera 50 empregos diretos e 100 indiretos.
Se estivesse exportando dá para imaginar a quantidade de colaboradores que teria para produzir cem barcos.
O grande custo do barco é mão de obra e matéria prima e uma lancha barco leva até dois meses para ser produzida e quatro meses para ser vendida.
O produto deve chegar ao mercado, em média, pelo equivalente a US$ 650 mil. O preço é cerca de 30% inferior aos similares estrangeiros, especialmente as lanchas fabricadas nos Estados Unidos.
A primeira offshore da linha atingirá uma velocidade de 160 km/h, permitindo uma viagem de Santos a Angra dos Reis em apenas duas horas e meia. De Santos a Ilha Bela, em apenas meia hora.
Nas primeiras unidades fez uma parceria com Bob Teague, que é um dos maiores preparadores e fabricantes de motor do mundo.
Foi projeto de motor para as condições brasileiras, mantendo a alta performance. Concebida sob as mais rigorosas condições de segurança e tecnologia de ponta, a lancha tem 1.600 cavalos de potência, o dobro de um motor de carro de Fórmula1. Sua construção levou em conta inclusive aspectos relativos ao meio ambiente.
Hoje já está produzindo os motores no país, embora o bloco ainda seja importado. Queremos nacionalizar o máximo de peças possíveis para reduzir os custos.
É o primeiro estaleiro do mundo a fornecer um barco de alta performance com motor e barco do mesmo estaleiro. É norma do mercado fabricar apenas o casco e importar o motor de outras companhias.
Profissionais credenciados em navegação de alta velocidade de várias partes do mundo vêm acompanhando de perto desenvolvimento dos modelos Force One.
Um deles é o americano Bob Teague, preparador de motores e dono da Teague Custom Marine, uma das maiores empresas do ramo nos Estados Unidos.
O modelo brasileiro interessa ao mercado externo, sobretudo aos Estados Unidos, porque lá existem competições do gênero que chegam a movimentar mais dinheiro do que a Fórmula 1 de Automobilismo.