- Moises Chencinski
Essa é uma frase que li em um cartaz, em uma cidade próxima a São Paulo, tentando alertar os pais que permitem que seus filhos, sem habilitação e transgredindo a lei, coloquem em risco a vida de seus próprios filhos e dos filhos dos outros, causando perdas irreparáveis para as nossas famílias.
No Código de Trânsito Brasileiro há artigos que tratam desse assunto.
Acompanhem:
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código:
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa;
Medida administrativa – retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.
Acidentes graves ocorrem, principalmente, porque essas leis não são observadas e cumpridas. Cerca de 1.200.000 pessoas morrem em acidentes de trânsito por ano no mundo.
Em 2.005, último ano em que houve uma divulgação desses dados pelo DATASUS, 2.300 crianças morreram e 17.800 foram internadas vítimas do trânsito, só no Brasil.
Em 2.006, de acordo com estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito, 21.199 crianças de 0 a 12 anos foram vítimas em acidentes de trânsito ocorridos no País, com 818 vítimas fatais.
Esse número é muito maior do que as mortes por dengue, até agora, aqui, no ano de 2008.
Esses acidentes ocorrem com crianças tanto como passageiros, como pedestres e até como utilitários de bicicletas, skates e patins.
A Semana Nacional do Trânsito (18 a 25 de setembro) teve com foco: A Criança no Trânsito. Mas esse é apenas um passo para resolver, de maneira definitiva, essa situação.
Como uma vacina, a educação no trânsito, com foco principal voltado à prevenção, pode ser o caminho. Continua valendo: Melhor prevenir do que remediar.
Cuidados como passageiro – Deve-se ter atenção com o transporte adequado de crianças em veículos, com uso de cadeiras e assentos de seguranças especiais para cada idade, colocados de forma segura, no local adequado.
E lembre-se que acidentes podem acontecer na garagem, indo até a padaria da esquina e mesmo perto de casa.
Você é sempre um exemplo para o seu filho. Seja sempre um bom exemplo para ele. Nunca saia sem o cinto de segurança (de 3 pontas). Assim, ele entenderá a importância de se proteger.
A criança até 10 kg (1 ano e idade) devem sempre ser colocadas nas cadeirinhas ou assentos de costas para o movimento (ou seja, olhando para o fundo do carro, de costas para o motorista).
Em caso de colisão, essa atitude diminui os riscos de danos na coluna cervical.
Apesar de todo amor e senso de proteção, o colo da mamãe não é um local adequado para uma criança ficar, dentro de um carro em movimento. Em caso de um acidente, a mãe pode desde esmagar a criança até arremessá-la contra outros passageiros, contra o vidro dianteiro ou para fora do veículo.
Nunca deixe seu filho sozinho dentro do carro e leve sempre as chaves com você. Trave janelas e portas traseiras (em caso de veículos 4 portas) evitando que as crianças possam abri-las por dentro.
Cuidados como pedestre – Você se lembra daquela campanha que dizia que atrás de uma bola vem sempre uma criança?
Crianças são destemidas o que faz delas um risco que necessita de controle e observação constantes.
Muitas agem por distração, outras por necessidade de mostrar que podem, algumas até para transgredir, mas sempre com alguma motivação, as crianças estão sempre buscando os limites (até de nossa paciência). Paciência!!! Por essas razões, crianças são péssimos pedestres e necessitam de controle e educação no trânsito.
Para isso, é necessário que os adultos dêem o exemplo (assim como com o cinto de segurança). Ao atravessar a rua, sempre na faixa para pedestres, olhe para os dois lados e respeite os sinais de trânsito e não atravesse entre os carros ou ônibus em movimento.
Somente assim, a criança aprenderá que é importante seguir as regras de segurança para não correr risco de morte.
Até os 10 anos de idade, nenhuma criança deve atravessar a rua sozinha, sem que haja um adulto responsável ao seu lado.
Até essa idade, as crianças não têm noção adequada de velocidade, espaço e distância e devem atravessar segurando na mão de um adulto.
Cuidados como criança: bicicleta, patins e skates – Nem só como pedestre ou como passageiro a criança sofre no trânsito. Andar de bicicleta, skate ou patins pode trazer riscos, se não forem observados alguns cuidados fundamentais.
Os traumatismos crânio-encefálicos são responsáveis por grande parte das mortes e dos quadros com seqüelas graves. E pensar que isso pode ser evitado usando apenas um capacete adequado par o tamanho e a idade da criança.
Além disso, crianças devem brincar em locais seguros, fora do alcance de carros e longe de piscinas, garagens e sacadas.
É importante, para a criança que anda de bicicleta (skate ou patins) que ela seja visível aos motoristas. Usar roupas claras e evitar andar à noite ou no escuro já ajuda muito.
Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço, aqui não funciona! Ensine seu filho como agir de forma segura, prudente, pacífica e educada no trânsito. Para que ele possa aprender e acreditar, é preciso que você faça e aprenda para ensinar. Quem ama se educa.
Dr. Moises Chencinski – médico pediatra e homeopata, autor dos livros: “Homeopatia – mais simples do que parece” e “Gerar e Nascer – um canto de amor e aconchego”.