Embora tenha chegado ao Brasil no início de 1900, referenciado por oriundi de fortuna, como os Condes Matarazzo e Álvares Penteado; de ter tido operações de montagem SKD e CKD – peças importadas em conjunto ou separadas – pela pioneira Grassi, por empresa Matarazzo, e pela Varam Motores, a Fiat encontrava altos e baixos em sua operação.
Em 1956, definidas as regras de atração da indústria automobilística no Brasil, seu novo representante Elio Peccei, propôs ao armênio Varam Keutenedjian, sociedade com a Fiat para entrar no Brasil. O bem sucedido empreendedor, dono do maior lanifício do país, declinou.
Logo em seguida, vindo a Simca para o Brasil, Peccei, visto como fino cavalheiro europeu, e com visão internacional do negócio, procurou-o para locar a quase nova, porém ociosa fábrica, acertou e viabilizou a instalação da empresa. O capital seria meio-a-meio.
A Fiat não veio, mas Peccei via as possibilidades do mercado nacional, e conduziu nova ação para controle acionário da Vemag – mas a Fiat desistiu em cima da hora. Peccei não.
Três anos após, nova iniciativa, acompanhando Nelson Fernandes, empreendedor da IBAP, Indústria Brasileira de Automóveis Presidente, sociedade por cotas populares, a encontro com o Ministro Macedo Soares, da Indústria e Comércio. A Fiat queria vir com o 600, porém o ministério nunca respondeu à proposta.
Finalmente, com grande costura a várias mãos, sendo regente o deputado triangulino Rondon Pacheco, depois Ministro do Gabinete Civil da Presidência, montou-se a fórmula para cerrar a boca e amarrar mãos das montadoras aqui presentes, que obstaculavam a chegada de novas: o Estado de Minas seria acionista e a idéia era descentralizar a produção automobilística.
Conceito e ações deram certo, e a Fiat Automóveis foi criada em 1973. A regionalização da indústria demorou, mas hoje é realidade que se estenderá a Pernambuco.