O ano de 2023 marcou um avanço significativo na descarbonização da indústria automotiva no Brasil, com aproximadamente 94 mil unidades de veículos eletrificados licenciados, de acordo com a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Este volume representa cerca de 4,3% do total de veículos emplacados no ano, o maior registrado até hoje no segmento.
No entanto, a maior parte desses veículos eletrificados foi composta por híbridos, que somaram 74,6 mil unidades, enquanto os veículos totalmente elétricos corresponderam a apenas 19,3 mil unidades. A principal diferença entre eles está no motor: os elétricos utilizam energia 100% elétrica, enquanto os híbridos combinam combustíveis fósseis e eletricidade.
Desafios e Perspectivas para Veículos Elétricos no Brasil – Em celebração ao Dia da Mobilidade Elétrica, comemorado em 15 de junho de 2024, Tatiana Bonifácio, gerente comercial da Gaudium, empresa especializada em soluções para mobilidade e logística, destacou os desafios enfrentados pelos veículos elétricos para se tornarem populares. “A preocupação do setor automotivo com a sustentabilidade e a redução de emissões de CO₂ já é crescente no Brasil, mas o custo dos carros e a escassez de estações de recarga ainda são os principais obstáculos”, afirmou Bonifácio.
A Anfavea projeta que em 2024 sejam emplacadas 142 mil unidades de veículos eletrificados, sendo 117,9 mil híbridos e 24,1 mil elétricos. Iniciativas para a descarbonização já estão em andamento, como a frota de veículos elétricos lançada pela 99 para transporte de passageiros.
Veículos Híbridos como Solução Temporária – Para Bonifácio, a popularização dos veículos elétricos ainda enfrenta desafios significativos, especialmente fora das grandes capitais. “Além do custo, a falta de suporte em regiões interioranas reduz o interesse pelos veículos 100% elétricos. Contudo, os veículos híbridos podem ser mais atraentes devido à sua autonomia superior e pelo enfoque sustentável,” explicou.
A expectativa é que, enquanto os veículos elétricos não se tornem mais acessíveis e a infraestrutura de recarga não seja ampliada, os híbridos continuarão a ganhar espaço, oferecendo uma solução intermediária para a descarbonização da frota automotiva no Brasil.