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Biocombustíveis: Brasil em Movimento para a descarbonização imediata dos transportes, aponta estudo da USP

Solução verde à vista: Seminário em São Paulo destaca o papel crucial da bioenergia brasileira para cortar emissões e impulsionar a economia verde, com capacidade de expansão e impacto global.

Em um seminário promovido pelo Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCBrasil) em 16 de junho, em São Paulo, o foco recaiu sobre a descarbonização dos transportes. O evento marcou a apresentação de um estudo liderado pela Professora Doutora Glaucia Souza da USP, que demonstra que o Brasil já possui a solução imediata e eficaz nos biocombustíveis para reduzir as emissões e se tornar um líder global em energia limpa, desmistificando a competição com alimentos.

A descarbonização dos transportes foi o tema central do seminário “Brasil em Movimento: Segurança Energética e Alimentar – As rotas para o sucesso dos biocombustíveis e da bioeletrificação”. O evento, realizado em 16 de junho, em São Paulo, e promovido pelo Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCBrasil), reuniu importantes nomes do setor público, governo, iniciativa privada e academia, consolidando o debate sobre o futuro energético do país. Um dos pontos altos foi a apresentação do estudo “Biocombustíveis como solução imediata e eficaz para a descarbonização do transporte“, conduzido pela renomada Professora Doutora Glaucia Souza, da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Programa BIOEN da FAPESP. A professora, que recentemente recebeu o título de Comendadora da Ordem de Rio Branco pelas mãos do Presidente da República por sua notável contribuição à diplomacia científica e ao avanço da sustentabilidade, trouxe insights cruciais para o setor.

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O estudo apresentado pela Professora Glaucia Souza trouxe uma mensagem clara e otimista: o Brasil não precisa esperar por inovações tecnológicas futuras para reduzir suas emissões no setor de transporte. O documento, que contou com o apoio da empresa Be8, revela dados impressionantes, indicando que a bioenergia já corresponde a 50% dos recursos renováveis globais. Além disso, enfatiza que os biocombustíveis são de vital importância para conter o aquecimento global, prevendo uma necessidade de expansão de 2,5 vezes até 2030. Esse crescimento representaria um corte significativo de quase 800 milhões de toneladas de CO2 fóssil, o que corresponde a 10% das emissões globais atuais do transporte, demonstrando o potencial transformador do Brasil no cenário mundial.

Durante a abertura do seminário, José Eduardo Luzzi, coordenador do Conselho de Administração do MBCBrasil, enfatizou a relevância do encontro. “Este seminário é um marco para o debate sobre a mobilidade sustentável no país. Nosso objetivo é apresentar soluções concretas, baseadas em ciência e reforçar que o Brasil tem um potencial imenso para liderar a descarbonização do transporte“, declarou Luzzi. Ele complementou, afirmando que o país já possui a tecnologia, a capacidade produtiva e um histórico de sucesso no uso de biocombustíveis, e que transformar esse potencial em ação, tanto no campo dos biocombustíveis quanto na bioeletrificação – o uso de biomassa para gerar eletricidade – é uma questão de estratégia e compromisso nacional.

A Professora Glaucia Souza, em sua apresentação, aprofundou-se no potencial transformador dos biocombustíveis em um dos maiores mercados de transporte do mundo. “Os biocombustíveis são muito mais do que uma alternativa, mas uma realidade que o Brasil já domina. Eles desempenham um papel essencial na transformação do setor de transporte, não só pela redução de emissões de CO₂, mas também pela possibilidade de integração com tecnologias existentes”, afirmou a professora. Ela ressaltou que essa integração proporciona um impacto direto na mitigação das mudanças climáticas e no desenvolvimento socioeconômico do país, gerando benefícios em diversas frentes.

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Um dos pontos cruciais abordados no estudo foi o combate à crítica mais comum sobre o uso de biocombustíveis: a suposta competição com a produção de alimentos. Segundo a Professora Glaucia Souza, os dados analisados na pesquisa mostram que essa correlação não se sustenta cientificamente, desmistificando uma preocupação recorrente. A pesquisa reforça que a agricultura brasileira tem a capacidade de, em paralelo, prover biomassa – matéria orgânica utilizada como fonte de energia – para uma variedade de produtos, como alimentos, biocombustíveis, bioeletricidade e outros usos, além de possibilitar a reciclagem dos resíduos gerados.

Adicionalmente, o estudo destacou práticas agrícolas como o cultivo duplo, onde duas safras são colhidas na mesma área em um único ano. Essa prática, segundo a pesquisa, tem mostrado que a agricultura pode contribuir significativamente para a neutralidade de carbono, melhorando a eficiência do uso da terra e promovendo co-benefícios como a biodiversidade e o sequestro de carbono no solo – a remoção de dióxido de carbono da atmosfera e seu armazenamento no solo. “Desmistificar essa falsa competição entre alimentos e bioenergia é essencial. Os biocombustíveis, quando produzidos de forma sustentável, podem ser um motor de desenvolvimento e potencializar a sustentabilidade do setor agrícola, abrindo novos mercados e valorando a nossa produção”, enfatizou a Professora Glaucia Souza, evidenciando o potencial da bioeconomia.

O debate no seminário contou com a participação de figuras importantes do setor, como Erasmo Carlos Battistella, CEO da Be8; Evandro Gussi, presidente e CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e membro do conselho do MBCBrasil; e Arnaldo Jardim, deputado federal e relator do projeto “Combustível do Futuro”. A moderação do painel ficou a cargo de Priscilla Cortezze, Diretora de Comunicação da Copersucar. De acordo com Erasmo Battistella, os biocombustíveis representam uma oportunidade vital de modernização e fortalecimento da indústria brasileira, particularmente no campo da bioenergia. “Nossa missão é defender o uso dos biocombustíveis como ferramenta de descarbonização, além de promover o fortalecimento do setor agrícola e da cadeia produtiva nacional”, afirmou o executivo.

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Evandro Gussi complementou a discussão, abordando a necessidade de um arcabouço regulatório favorável, ou seja, um conjunto de leis e normas que apoiem o setor, com políticas públicas consistentes e de longo prazo. “É preciso haver alicerce para que o setor de biocombustíveis continue inovando e expandindo sua contribuição para a matriz energética brasileira e para o cumprimento das metas ambientais. O diálogo fomentado pelo MBCBrasil é essencial para construir essas pontes entre o setor e o poder público, garantindo previsibilidade e segurança para os investimentos necessários”, destacou Gussi, reforçando a importância da colaboração entre os setores para o desenvolvimento sustentável.

O estudo apresentado no seminário também posiciona os biocombustíveis como um dos pilares fundamentais para a formação de uma “economia verde” no Brasil. Com o aumento da demanda global por soluções de baixo carbono, as projeções indicam que, até 2030, o Brasil poderia expandir significativamente sua participação no mercado global de biocombustíveis. Essa ascensão posicionaria o país como um líder mundial no setor, resultando na geração de milhares de novos empregos sustentáveis e impulsionando o desenvolvimento econômico alinhado às práticas ambientais.

“Juntos, podemos transformar o Brasil em um exemplo mundial de como os biocombustíveis serão uma das soluções para a descarbonização. Combinando nosso conhecimento, tecnologia e capacidade produtiva, temos condições de mostrar ao mundo que é possível aliar produção agrícola e sustentabilidade. O MBCBrasil está na linha de frente dessa transformação, promovendo a integração entre biocombustíveis e bioeletrificação como caminhos complementares para uma mobilidade de baixo carbono. Este seminário é mais um passo concreto nessa direção”, concluiu José Eduardo Luzzi, apontando para um futuro promissor e mais verde para o Brasil.

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Descarbonização – Processo de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, visando combater o aquecimento global.

Biocombustíveis – Combustíveis derivados de biomassa, ou seja, de matéria orgânica de origem vegetal ou animal, como etanol e biodiesel.

Bioeletrificação – O processo de geração de energia elétrica a partir da biomassa, utilizando resíduos agrícolas ou culturas energéticas.

Sequestro de Carbono – O processo de remoção de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e seu armazenamento seguro em reservatórios naturais, como solos e florestas.

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