O que parecia ficção científica na década de 80, torna-se realidade. Os sistemas de rastreamento e bloqueio de carros roubados por satélite chegaram a um ponto de sofisticação tal, que já é possível fotografar o ladrão ao volante do carro roubado. Uma câmera escondida no painel transmite imagens via satélite para a central, que as grava para que o gatuno seja identificado posteriormente.
E essa é apenas uma das possibilidades oferecidas pelas empresas que prestam esse tipo de serviço. Hoje, com um simples telefonema, já é possível desligar o carro (parado ou em movimento), limitar sua velocidade, localizar o seu paradeiro e dar ordens como ligar o ar-condicionado. Também se pode tirar um “extrato” do carro, que informa por onde o veículo rodou, a que velocidade e em que horários num determinado período de tempo.
Operando há três meses no Brasil (40º país a contar com seus serviços), o sistema Guard One é um dos mais sofisticados do mundo. Criado pela polícia técnica italiana, diferencia-se de outros equipamentos de bloqueio via satélite porque, além de bloquear o carro, o Guard One localiza o veículo.
Guard One – alerta para os pardais nas ruas do Rio
Se o cliente tiver o carro roubado, liga para a central, informa a senha secreta e, depois de ser informado de onde o seu carro está, pede para desligá-lo. Depois, é chamar a polícia e recuperar o veículo. E como isso é possível?
O funcionamento é aparentemente simples. Através do GPS (Global Positioning System, isto é, Sistema Global de Posicionamento), operado com o auxílio de satélite, o carro é localizado.
O GPS capta as coordenadas geográficas (latitude e longitude) que indicam onde o veículo se encontra. Na central, um programa de computador cruza os dados geográficos com um mapa da região em que ele se encontra. Com isso, é possível saber, com precisão, a rua onde o automóvel roubado se encontra naquele momento (seja em movimento ou parado) e em que altura da via.
Uma vez localizado o carro, é possível “dar ordens”: desligar o carro, ativar alarmes e luzes de alerta e (se o veículo for equipado com uma câmera) tirar fotos do ladrão.
Todo esse processo leva alguns segundos e essas ordens são dadas através de ondas de telefonia celular (o carro é equipado com um pequeno receptor que recebe as ordens e as executa).
O Guard One também avisa ao motorista quando ele está a 200 metros de um pardal. Se o cliente optar por esse serviço, cada vez que ele se aproximar de um pardal, um sinal sonoro soa dentro do carro. Segundo o Detran, esse serviço é legal e não fere o Código Nacional de Trânsito.
— O sistema permite 1.580 programações — conta Katz. — Além disso, o cliente vai poder obter informações sobre o seu veículo de casa, através da Internet. Hoje, nós já podemos programar o carro para andar somente até uma determinada velocidade ou criar uma cerca eletrônica, se ele passar de uma área delimitada. Tudo isso à distância.
Bem mais em conta, BSS só não localiza o veículo – A vantagem desse tipo de programação, segundo Katz, é que um pai pode evitar que um filho corra demais ou o dono de um carro de luxo impede que seu chofer passeie com o automóvel do patrão. Com o carro em movimento, o bloqueio leva 40 segundos. Com o carro parado, apenas dois segundos. Para instalar o Guard One, o cliente paga R$ 2.184 e R$ 49 por mês de taxa de manutenção. Quando mudar de carro, a troca custa R$ 65.
Bem mais barato, o Block-Auto, da Brazilian Security Service (BSS) bloqueia o carro, estabelece uma cerca eletrônica, mas não localiza o automóvel. Isso fica por conta da polícia. Andreas Nagydai, um dos donos da empresa, conta que a empresa tem mais de seis anos de experiência na área de segurança.
— Usamos tecnologia Motorola e o sistema abrange as áreas de todo o Estado do Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre — diz.
Instalar o Block-Auto custa R$ 280. A mensalidade é de R$ 25.