Quem trocou o carro usado por um modelo zero-quilômetro já notou que os automóveis brasileiros têm motores cada vez melhores. Isso significa não apenas que eles estão mais potentes ou gastam menos combustível, mas principalmente que eles quebram menos do que quebravam antes.
O fenômeno ocorre porque a indústria substituiu as peças de maior desgaste por componentes eletrônicos. A mudança trouxe conforto e segurança, mas também passou a exigir mais atenção por parte dos motoristas.
Quando um motor velho apresentava defeito, os sinais costumavam ser tão evidentes que era praticamente impossível não perceber que alguma coisa estava errada. Hoje, os sintomas de defeito nos carros mais novos são menos perceptíveis.
Um mau funcionamento das velas de ignição era denunciado pelo forte cheiro de combustível que exalava do motor. Ficava difícil não notar que havia algo errado. Com o catalisador que filtra os gases do escapamento e os sistemas eletrônicos que ajustam o consumo de combustível mesmo que alguma das velas falhe, esse forte sinal desapareceu.
Quando as velas estão com problema, o que acontece é que o motorista pisa no acelerador e o carro não responde como de costume. Por ser muito difícil perceber essas sutilezas, os especialistas aconselham aos proprietários de veículos que cuidem dos motores de seus carros levando a sério a hora certa de fazer as revisões periódicas. Quem segue o conselho já está conseguindo rodar com o carro durante dois ou três anos sem ter de ir para a oficina uma única vez.
Carro em ordem — O conselho é tão simples que chega a ser impensável que uma parte considerável dos motoristas não o siga. Em vez de providenciar as revisões sempre, é grande a quantidade de pessoas que só fazem isso enquanto o carro está na garantia. Quem permanece com a preocupação até vender o veículo estará valorizando o bem que possui na hora da revenda e também economizando um bom dinheiro na manutenção.
Manter de forma adequada um Gol 1000 Mi, da Volkswagen, custa aproximadamente 250 reais durante o ano para os serviços de rotina. Como o carro custa cerca de 12.000 reais, está-se falando de um investimento anual da ordem de 2% do valor do veículo.
A troca dos amortecedores, que chegam a durar 30.000 quilômetros ou mais (a maioria dos carros leva mais de dois anos para alcançar essa marca), exige mais 450 reais. No caso do Vectra, da General Motors, as manutenções de rotina custam cerca de 370 reais por ano.
As providências que ajudam a conservar o carro em ordem em geral são bem econômicas. Não adotá-las pode custar muito caro. Como os novos componentes eletrônicos são mais sofisticados do que as peças antigas, procurar uma oficina para substituí-los sai muito mais caro do que no passado.