A história do alumínio data das mais recentes entre as descobertas dos minerais e, em meio a várias razões, por que o alumínio não se encontra em estado nativo.
A bauxita, jazida que deu nome ao minério de alumínio, foi identificada pela primeira vez em 1821, na localidade de Les Baux, ao Sul da França, por Berthier, numa época em que o metal alumínio ainda não existia para o mundo civilizado, pois só foi isolado em 1825 pelo químico Oersted, enquanto a primeira obtenção industrial do alumínio por via química foi realizada por Sainte-Claire Deville, em 06/02/1854.
A bauxita usada no século passado, antes do advento da indústria do alumínio, era originária do Sul da França, do Norte da Irlanda e dos Estados Unidos, chegando a atingir 70 mil toneladas em 1900, quando apenas 40% eram destinados à produção do metal não-ferroso alumínio.
O primeiro milhão de toneladas de produção anual de bauxita foi atingido em 1917, quase no fim da Primeira Guerra, quando a mineração havia se expandido para a Austria, Hungria, Alemanha e Guiana Britânica, na América do Sul.
Na época da Segunda Guerra, por volta de 1943, os maiores produtores de bauxita eram os Estados Unidos, a Guiana Britânica, Hungria, Iugoslávia, Itália, Grécia, Rússia, Suriname, Guiana, Indonésia e Malásia.
Em 1952, a Jamaica iniciou intensa, mineração de bauxita, ultrapassando o Suriname, por anos o maior produtor.
Na década de 60, Austrália e Guiné juntaram-se a esse time.
As primeiras referências sobre a bauxita no Brasil estão nos Anais de 1928, da Escola de Minas de Ouro Preto e a primeira utilização desse minério para a produção de alumina/alumínio em escala industrial foi feita pela Elquisa, – hoje Alcan – em 1944, durante a 2ª Grande Guerra.
Alumínio – O processo químico inicial utilizado por Deville – utilizando cloreto duplo de alumínio e sódio fundido, reduzindo-o com sódio – foi substituído com sucesso pelo processo eletrolítico através de corrente elétrica descoberto por Paul Louis Toussaint Heroult (Normandia – França) e Charles Martin Hall (Ohio-Estados Unidos). Heroult e Hall, sem se conhecer, inventaram ao mesmo tempo o procedimento de produção do alumínio.
No Brasil, duas iniciativas concorreram para implantar a produção de alumínio: a da Elquisa – Eletro Química Brasileira S/A, de Ouro Preto (MG) e da CBA – Companhia Brasileira Alumínio, de Mairinque (SP). A Elquisa teve dificuldades de comercialização devido o excesso de produção mundial de alumínio e somente em 1938, com o apoio do governo Vargas, começou em definitivo a produção do metal em Ouro Preto.
A Elquisa foi adquirida pela Aluminium Limited do Canadá – Alcan, em Junho/1950.
A Companhia Brasileira de Alumínio – CBA, foi fundada em 1941 e a unidade industrial para a produção de alumínio primário que deveria usar as reservas de bauxita de Poços de Caldas, acabou sendo localizada na área de Rodovelho, próxima de Sorocaba, onde a disponibilidade de energia elétrica e o combustível (lenha) eram mais abundantes.
A empresa paulista foi, das duas pioneiras, a única que permaneceu até hoje.
A Alcan Alumínio do Brasil Ltda foi a primeira empresa multinacional a participar do mercado brasileiro com a aquisição da Elquisa em 1950, produzindo não só o alumínio primário, como produtos transformados de alumínio.
A Alcoa – Aluminium Company of America, empresa líder americana e mundial do setor, estabeleceu representação no Brasil em 1915 e iniciou operações comerciais somente em 1940. A Alcoa voltou a se interessar pelo mercado brasileiro no início da década de 60 quando adquiriu a Companhia Geral de Minas, detentora de jazidas de bauxita em Poços de Caldas (MG).
A instalação da primeira “redução” da Alcoa, em Minas Gerais, para produzir alumínio no Brasil, em nível modesto de atendimento ao mercado interno, de 1967 a 1970, coincidiu com a descoberta das grandes reservas comerciais de bauxita da Amazônia, feita pela Alcan em 1967.
A quarta empresa produtora de alumínio primário no Brasil foi a Valesul Alumínio S.A. Iniciando suas operações em janeiro de 1982, conforme iniciativa da CVRD – Cia Vale do Rio Doce, empresa estatal de mineração de ferro e da Billiton Metais S.A., então subsidiária do Grupo Shell, a Valesul viria a amenizar as importações brasileiras de alumínio, em crescimento acentuado àquela época.
Um pouco antes, em 1979, a Alcominas – Cia Mineira de Alumínio apresentara ao governo federal um projeto de grandes proporções, voltado à produção de alumina e exportação de alumínio primário, sem localização definida: Barcarena (PA), São Luís (MA), Recife (PE) ou Paranaguá (PR). Esse projeto foi o responsável pela alteração do nome da empresa para Alcoa Alumínio S.A..
Em 81, a Billiton Metais S.A., se engajou no projeto Alcoa, transformando-o no Consórcio de Alumínio do Maranhão – Alumar, que iniciou suas operações somente em 1984 (alumina em maio/84) e redução em julho/84.
Enquanto isso o Projeto Albras, composto pelo consórcio japones NAAC – Nippon Amazon Aluminium Co Ltd. e pela CVRD – Companhia Vale do Rio Doce, através de sua subsidiária ALUVALE – Vale do Rio Doce Alumínio S.A. caminhava através de estudos de viabilidade, contrato de tecnologia e de financiamento, construção de Tucuruí, etc. O início de operação da Albras deu-se em 1985.
Essas são as empresas que hoje compõem o cenário brasileiro da indústria do alumínio, quer seja na extração da bauxita, no seu beneficiamento e produção de alumina e alumínio primário.
Fonte: ABAL – Associação Brasileira do Alumínio