A tecnologia está em tudo, e tudo está em constante evolução.
Seguranças viária e automobilística não fogem dessa máxima.
No entanto, quando o assunto é a indústria automotiva, no Brasil, ainda estamos bem atrás dos padrões estabelecidos nos mercados dos Estados Unidos, Europa e Japão.
Para entender mais sobre como os avanços tecnológicos empregados nos automóveis são pensados, projetados e executados, a Perkons ouviu profissionais e especialistas do setor.
A segurança automotiva pode ser separada em dois pilares: a ativa e a passiva.
A ativa é aquela que reúne todas as tecnologias que podem atuar antes do acidente.
A passiva é tudo aquilo que aumenta a proteção para os usuários após o acidente, como, por exemplo, o cinto de segurança.
“Este universo é desenvolvido nas simulações virtuais, na tecnologia metalúrgica usada na construção do veículo e nos itens de segurança que o automóvel oferece”, explica Ricardo Dilser, assessor técnico da FCA LATAM, empresa que administra as montadoras Fiat e Chrysler.
Nesse sentido, a boa notícia é que o Brasil tem buscado se desenvolver, realizar testes e fazer modificações.
O último grande passo foi a adoção da obrigatoriedade de ABS e airbags frontais, em 2014.
Depois disto, as maiores mudanças estão partindo das próprias montadoras.
Com o objetivo de oferecer ainda mais proteção aos condutores, as marcas têm investido fortemente em tecnologia.
Uma das últimas novidades, já presente no país, é o Safety Break.
”Trata-se de um sistema de frenagem automática e de alerta de colisão embarcado no para-brisa com um sensor que funciona através de uma câmera. Ele verifica a distância do carro para o obstáculo à frente, atuando de acordo com a velocidade e medindo alguma probabilidade de colisão. Quando há o risco, o Safety Break faz um alerta para o condutor. Caso o motorista não reaja, ele é capaz de evitar a batida pelo acionamento automático dos freios até a parada total, ou diminuir a severidade reduzindo a velocidade”, explica Sérgio Davico, gerente de produto das marcas Citröen e DS no Brasil.
Além de aplicadas no controle de dirigibilidade e na estabilidade, as melhorias e inovações também estão nas carrocerias e nos materiais utilizados para a fabricação dos veículos.
“Hoje são utilizadas chapas de aços modernas com maior capacidade de absorção de energia. Isso atenua o impacto em uma possível colisão. Os softwares que simulam diversas condições também estão cada vez mais avançados, o que nos permite desenvolver projetos mais sofisticados da carroceria, prevendo melhores condições de segurança”, explica Ravilson Antônio Chemin Filho, engenheiro mecânico e docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Quanto custa ter segurança?
Para Chemin Filho, itens de segurança acabam encarecendo o valor de um automóvel e, infelizmente, uma parcela da população não pode arcar com estes custos.
Para ele, mesmo os sistemas mais sofisticados e onerosos deveriam ser incluídos em leis que obrigassem a utilização desses componentes.
“A segurança não deveria se restringir a unidades mais caras e luxuosas. Mas, também é necessário um incentivo à mudança da política de impostos no Brasil e da política de preços das montadoras para que isso se torne uma realidade ao alcance de uma parcela maior da população”.