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Carro auto-suficiente está deixando de ser ficção

Muitos veículos já tem componentes que atuam independentemente da vontade do motorista

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Ainda não dá para sentar diante do volante, cruzar as pernas e ler enquanto o carro faz o resto sozinho, mas do jeito que as coisas vão isso pode deixar de ser ficção em pouco tempo. Muitos veículos que já estão no mercado têm componentes auto-suficientes, responsabilizando-se por tarefas que até há pouco dependiam do motorista. Afinal, as montadoras sabem que construir veículos seguros por si só não é suficiente, enquanto uma “peça” essencial para o bom funcionamento do veículo – o próprio motorista – continuar a apresentar falhas de funcionamento.

Peugeot, BMW e Mercedes trataram de resolver um problema comum de se ver por aí: limpador de pára-brisa em funcionamento depois de a chuva parar. As três têm sistema de funcionamento bem parecido, que detecta a incidência de água no pára-brisa, aciona os limpadores, regula a velocidade de varredura de acordo com a intensidade de chuva e desliga quando ela cessa.

Já a Mercedes-Benz descobriu que muitos motoristas estavam batendo o carro por não utilizar a capacidade total de frenagem, e decidiu que o próprio veículo poderia encarregar-se dessa tarefa: quando o gerenciamento eletrônico percebe que o motorista pisa rapidamente no pedal de freio ou com pressão acima da usual (mas não total), ele conclui que se trata de situação de emergência e multiplica a pressão hidráulica para frear no menor tempo possível. O reforço é desativado quando o motorista tira o pé do freio.

Além disso, alguns modelos da Mercedes destravam portas e permitem acionamento do motor sem chave. Para isso, basta o proprietário estar com um cartão, denominado Keyless-Go (literalmente, “vá sem chave”). Com ele, a porta destrava quando o condutor põe a mão na maçaneta. O motor é ligado por meio de um botão na alavanca de câmbio.

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O carro ideal, não do futuro, mas o de hoje, poderia ser o que reunisse todas as boas soluções já existentes. Além dos freios do Mercedes (Classe E e S) e dos limpadores de BMW, Mercedes e Peugeot, há muita coisa interessante por aí, infelizmente quase sempre em automóveis muito caros.

É o caso, por exemplo, do sistema auxiliar de estacionamento que Mercedes e BMW têm em seus modelos topo de linha: sensores instalados nos pára-choques informam, por meio de sinal sonoro e visual, a proximidade de obstáculos (outros carros estacionados, postes, etc.). Assim, ao estacionar em uma vaga meio apertada, o motorista pode ir dando ré até o sinal sonoro avisar que o veículo está próximo demais de outro carro.

Aquela impressão desagradável de inclinação da carroceria nas curvas também foi praticamente abolida no Citroën Xantia Activa. Nele, a suspensão hidractiva compensa inclinações do carro. O sistema também melhora a estabilidade. O Mercedes Classe S dispõe de suspensão adaptativa: dependendo das condições do piso ou da forma de condução do motorista, ela fica mais macia (para absorver imperfeições) ou mais rígida e baixa (para aumentar estabilidade).

Ainda no que se refere a suspensão, a BMW também tem um sistema de compensação que mantém a carroceria nivelada e com a mesma altura em relação ao solo independentemente de o carro estar vazio ou carregado.

Meio-fio – Na hora de estacionar, BMW e Mercedes (séries E e S) também dão uma boa contribuição ao motorista: nos modelos topo de linha, o retrovisor direito abaixa quando a ré é engrenada. Dessa forma, o motorista pode ver o pneu traseiro e evitar que ele raspe no meio-fio.

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Além disso, retrovisores externos dobráveis por meio de um simples toque de botão no painel (como os existentes no Alfa Romeo 164, Mercedes S e BMW série 7) ajudam quando é necessário passar por um lugar muito estreito. Nesse caso, porém, o recurso foi utilizado não apenas como medida de conforto mas também quase por necessidade, já que esses modelos são mais largos que a média.

Retrovisores podem ainda ser melhores quando dispõem de dispositivo automático antiofuscamento, como o de vários carros de luxo (Land Rover, BMW, Mercedes, etc.). Nesse caso, quando recebe incidência de farol alto, o espelho escurece sozinho, dispensando a mudança de ângulo manual. Os externos poderiam ter desembaçadores, como os do Ford Mondeo, Fiesta, etc.

A necessidade de regular novamente a posição de banco e retrovisores depois de outra pessoa ter dirigido o carro também não é problema em versões topo de linha da Mercedes, BMW, Lexus e Land Rover. Alguns veículos dessas marcas dispõem de até três opções de regulagem memorizadas para banco, retrovisor e volante. Se alguém mexer, basta apertar a tecla com sua regulagem personalizada e os controles voltam à posição.

No Lexus LS 400, até a regulagem de altura do cinto de segurança é elétrica, enquanto no Mercedes S os apoios de cabeça traseiros erguem-se automaticamente quando o cinto é afivelado.

Volante programado – Ao se colocar a chave na ignição, o volante de madeira do Mercedes S500 desce para a posição previamente programada. Quando a chave é retirada, o volante volta a subir, para facilitar a saída do motorista. Num display do painel, o motorista pode escolher entre milhas e quilômetros no velocímetro.

Banco esperto – Para regular o banco, basta ajustar a distância em relação aos pedais e apertar um botão na porta: o carro “lê” o comprimento das pernas do motorista e a partir disso presume as outras medidas do corpo, ajustando altura, inclinação do encosto, apoio de cabeça, distância e altura do volante, etc.

Farol de xenônio – Os faróis de gás xenônio têm limpadores embutidos no pára-choque. A regulagem de altura do facho é automática e varia dependendo da carga. Por meio de um display no painel, o motorista pode escolher entre acionamento manual ou automático dos faróis.

Retrovisor e pisca – Os piscas laterais, no corpo dos retrovisores, são mais visíveis, mesmo para quem vem de trás, como motociclistas. Isso porque a luminosidade gerada por leds é espalhada para a lateral por meio de difusores de policarbonato. Os retrovisores podem ser recolhidos eletricamente.

Sensor faz o apoio de cabeça mover-se para prevenir lesão
É uma das novidades da automação nos carros; tração também pode ter controle eletrônico

Tirar as mãos do volante para trocar de estação, aumentar o volume e acionar o controlador de velocidade é coisa do passado em muitos carros, como BMW, Ford, Peugeot, Citroën, Mercedes, etc. Os volantes desses carros abrigam vários controles. Já a tradicional batida para fechar a porta foi abolida no Mercedes Classe S: para tanto, basta encostar a tampa que um servomotor encarrega-se de terminar o fechamento – silenciosamente.

No que diz respeito a segurança, a auto-suficiência dos carros deu um passo à frente com o novo modelo 9-5 da sueca Saab: quando o encosto do banco detecta aumento repentino da pressão exercida pelo corpo do ocupante – o que pode ser sinal de colisão traseira –, o apoio de cabeça sobe e projeta-se para a frente, para prevenir lesões no pescoço.

Outro dispositivo de segurança é o controle de tração, que começou nos carros de luxo e já chegou aos intermediários: se o motorista entra rapidamente em uma curva e o carro começa a derrapar, automaticamente há um corte de potência no motor, para evitar perda de direção, ao mesmo tempo que uma luz de advertência no painel pisca avisando que o carro está no limite de aderência.

Quando se fala em tração de carros de passeio, porém, o modelo que vem à tona é o Subaru SVX, com seu sistema 4×4 que aumenta consideravelmente a estabilidade em curvas.

A força de tração deste Subaru, é automaticamente dividida pelas quatro rodas, de acordo com condições de piso, velocidade, etc. Assim, dependendo das condições, o carro pode tanto andar com 80% da tração na frente e o restante atrás ou até mesmo inverter essa força, sem nenhuma interferência do motorista. Esse mecanismo melhora muito a estabilidade direcional do veículo.

Há modelos 4×4 da Volvo que também distribuem a tração de acordo com a aderência nas rodas.Outro modo de manter o carro na linha é fazer com que as rodas traseiras também mudem levemente de ângulo, acompanhando o esterçamento das dianteiras.

A Nissan emprega essa tecnologia no esportivo 300ZX, e Peugeot e Citroën fazem algo parecido em alguns de seus modelos. Câmbios também deixaram há muito de se dividir em apenas duas grandes categorias: mecânicos ou automáticos. Automóveis como Porsche, Audi, Volkswagen (todos com Tiptronic), BMW (Steptronic), Chrysler (Autostick) e Mercedes (One-touch) têm câmbio “2 em 1”: o motorista pode selecionar seu modo predileto de dirigir e usufruir das vantagens de ambos os tipos de transmissão. Em alguns casos, como o do Porsche e da Audi, as marchas podem ser mudadas também no volante, como nos carros de Fórmula 1.

Em conversíveis, a Mercedes pulou na frente com o SLK, que é ao mesmo tempo cupê e conversível. Devido ao seu teto rígido eletricamente recolhível, o SLK é o único carro “aberto e fechado” ao mesmo tempo, a um toque de botão.

Já os faróis de Lexus LS 400, Mercedes Classe S e Ford Explorer podem ligar-se automaticamente quando cai a luminosidade (à tarde ou na entrada de túneis, por exemplo). Nos dois primeiros, a altura do facho mantém-se no nível independentemente da carga no porta-malas ou do número de ocupantes.

O carro ideal poderia ter também um sistema de ventilação de acionamento programável, como o da BMW. Por meio dele, o motorista que deixa o carro o dia todo estacionado sob o sol pode programar o ventilador para ligar, por exemplo, cinco minutos antes da hora que pretende chegar ao veículo. Assim, quando a porta for aberta, a temperatura interna estará bem mais agradável.

Outro conforto é a regulagem elétrica também para o banco de trás, como no BMW série 7 e Mercedes S. Nesses carros, é possível movimentar o banco para frente e para trás, alterar a inclinação do encosto e mexer no enchimento de apoio lombar simplesmente tocando em botões.

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