A escolha de produtos e a sua utilização são importantes na conservação da lataria
Assim como as mulheres precisam de cosméticos para retardar o envelhecimento e prolongar a beleza, a pintura do veículo também precisa de alguns cuidados para combater a ação do tempo e de outros fatores devastadores. Para manter a lataria sempre bem conservada e com aquele brilho, é necessário saber dosar a escolha dos produtos corretos com a melhor forma de utilizá-los.
A primeira dica para ter sempre uma pintura com brilho constante é se preocupar com a lavagem. Se não quer correr o risco de ganhar alguns arranhões na lataria do veículo, é melhor passar longe de lava-jatos e evitar o banho de espuma.
O recepcionista de pintura e funilaria da Eurocar Paralela, Marcos Santana, informou que as cerdas do rolo giratório do lava-jato podem estar ressecadas ou com partículas de areia e terra e estragar a pintura do veículo. “Como o escovão gira rapidamente, a sujeira e as cerdas danificadas entrarão inúmeras vezes em contato com a pintura, provocando no mínimo riscos superficiais” avisou Santana.
O lava-jato também pode destruir o verniz da pintura, que, com o tempo, perde o brilho e fica vulnerável a agentes externos – sol, chuva ácida, sereno, maresia, excrementos de pássaros, acrescentou Santana.
Quanto ao banho de espuma, apesar de não representar ameaça de efeito imediato à pintura, como o lava-jato, pode ir danificando a lataria a longo prazo. Santana diz que a bucha utilizada para lavar um carro é a mesma com a qual já foram lavados vários outros, e a sujeira acumulada pode fazer pequenos riscos na lataria. A diferença entre o banho de espuma e o lava-jato é que a bucha é passada com menos força do que o escovão.
Espuma – Outro risco que os cliente correm ao dar banho de espuma no veículo é quanto à utilização de produto para fazer espuma. Para não agredir a pintura, o sabão precisa ser neutro (com o pH 7) e, de preferência, biodegradável. No entanto, ”alguns postos lavam carros com soluções à base de solupan, produto mais barato e que tem o pH positivo”, salienta Santana.
A escolha do pano para a lavagem é outro fator que pode prejudicar a pintura. Prefira flanelas, lãs de carneiro e tecidos de algodão a qualquer tipo de bucha ou esponja. “Algumas pessoas usam fraldas tanto para lavar quanto para secar o carro”, comentou.
Depois da lavagem o técnico sugeriu a aplicação de cera que forma uma fina camada na lataria, mantendo-a protegida contra a ação de agentes externos e de produtos anticorrosivos no interior do veículo. De acordo com Santana, o polimento é recomendado para pinturas queimadas e deve ser feito a cada dois meses.
Dicas de lavagem e proteção – A escolha dos produtos para a lavagem do veículo é importante para evitar danos à pintura. No entanto, a forma como é feita a lavagem também deve seguir alguns critérios. Primeiro, a lataria não pode estar quente e a lavagem deve começar pelo teto.
A lataria precisa ser enxaguada constantemente para o sabão não secar. As laterais e as partes mais baixas do carro devem ser lavadas por último e com panos diferentes. Por fim, é interessante secar toda a pintura com outro pano, inclusive os vãos das portas e os contornos dos faróis, onde a água pode estar acumulada.
A pintura dos automóveis é uma fina camada, de poucos milímetros, protegida por um verniz – responsável pelo brilho e proteção da tinta. A lavagem feita da forma correta e aplicação de cera, a cada dois meses, são suficientes para manter a pintura com brilho e protegida contra agentes externos. O polimento só é necessário em caso de pintura fosca ou queimada – resultado justamente da falta de cuidados.
A poluição atmosférica é outro agente destruidor da lataria do veículo e, para manter a pintura do carro em bom estado, a tarefa vai além da lavagem e do enceramento. É preciso tomar algumas precauções diariamente. Por exemplo, onde estacionar o carro. Evite deixar o automóvel ao sol e debaixo de árvores. Algumas plantas liberam toxinas quase invisíveis que, se não forem retiradas, podem favorecer a corrosão e a perda do brilho da tinta.
Os excrementos de pássaros, cuja acidez é agressiva a ponto de modificar a tonalidade da tinta caso não seja retirado, pode ser ainda pior. Para remover, é preciso ter muito cuidado: usar apenas água e esfregar lentamente com pano macio.
Com a pintura – Lave o carro uma vez por semana. Mesmo sem estar suja, a pintura sofre com reagentes químicos da poluição
Evite estacionar embaixo de árvores. Algumas espécies liberam resinas que deixam a pintura opaca e vulnerável à corrosão
Retire rapidamente e com cuidado os excrementos de pássaros (cuja acidez é agressiva à pintura) que caírem na lataria
Nunca encere o carro com a pintura quente. O brilho da pintura pode ser alterado
Dê polimento a cada dois meses com cera lustradora. Só use cera limpadora quando a pintura estiver queimada
Na hora de aplicar a cera, não economize panos ou estopas
Isole as peças plásticas e emborrachadas (maçanetas, frisos etc) do carro com fita crepe, por exemplo, antes de aplicar cera
Em caso de pintura sem brilho, leve o carro a uma loja especializada para fazer uma revitalização
Evite lava-jatos. O escovão pode arranhar a pintura se estiver sujo com partículas de areia e terra.
Quando o carro passou a noite na rua, jogue um esguicho de água para retirar o sereno e, em seguida, passe um pano para secar a lataria
Na lavagem – Não lave o carro com a pintura e o motor aquecidos
Use sempre água corrente
Inicie a lavagem pelo teto
Use sempre sabão neutro (Ph=7) e biodegradável
Use esponjas e panos macios. De preferência flanelas, lãs de carneiro e fraldas
Use diferentes panos para lavar o teto e as laterais. As partes mais baixas da pintura costumam ficar mais sujas. O pano acumula partículas imperceptíveis de areia e terra que podem riscar outras partes do carro
Não espere o sabão secar para retirá-lo
Enxágüe constantemente a pintura
Passe um pano limpo e macio para seca