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Álcool e direção: uma mistura perigosa

De todas as infrações de trânsito no Rio Grande do Norte, as que envolvem direção e álcool continuam preocupantes. Se houve uma redução de 17% no número de mortes no Estado, comparando-se os 18 meses anteriores e os 18 meses após a implantação do novo Código Nacional de Trânsito, em janeiro de 1998, os índices não são favoráveis aos condutores alcoolizados. No mesmo período, de acordo com levantamento do Detran/RN, as vítimas de acidentes de trânsito envolvendo o condutor aumentaram em 3%.

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Para a diretora geral do Detran, Justina Iva, esse aumento revela o comportamento inadequado do motorista. Já que em os outros tipos de acidentes, diminuiu o número de mortes. “Isso revela, com certeza, o comportamento errado do condutor do veículo. E uma das causas é dirigir sob efeito do álcool”, alerta.

Pelo levantamento do Detran, nos 18 meses que antecederam o novo código, foram registrados 1 mil 246 mortes no trânsito, no Estado, envolvendo o condutor do veículo. Número que subiu para 1 mil 283 vítimas fatais, nos 18 meses seguintes a implantação da nova lei. Outro dado alarmante é que a imprudência, pelo que se percebe, é maior na faixa etária mais jovem. Nos últimos dezoito meses foram expedidas pelo Detran no Estado, 6 mil 847 novas carteiras de habilitação.

Justina Iva lembra a quem costuma beber e dirigir que, além das penas pecuniárias e pontos na CNH, uma infração de trânsito pode provocar prejuízos morais e físicos a terceiros. “Ele paga quase R$ 900,00 além do fato de colocar em risco a vida de outras pessoas”, comenta.

O novo código de trânsito considera infração gravíssima dirigir sob a influência de álcool ou qualquer substância entorpecente que determine dependência física ou psíquica. Se a conduta do motorista oferecer dano potencial à sociedade a infração é considerada crime, com pena de seis meses a três anos de detenção.

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SEXTA E SÁBADO – Feriados e finais de semana, nos horários de menor fluxo de veículos. É nesse contexto onde ocorrem a maioria dos acidentes de trânsito, envolvendo motoristas alcoolizados. Quando os condutores ficam desatentos e provocam as fatalidades.

Segundo o secretário de Relações Públicas do Batalhão de Trânsito (Bptran), tenente Jailson Andrelino, as maiores infrações continuam ocorrendo entre a sexta-feira e o sábado, em bairros centralizados, praias ou áreas de entretenimento da cidade. Como é o caso da avenida engenheiro Roberto Freire, Rota do Sol e Via Costeira.

De acordo com estatísticas do Bptran, apesar do rigor do novo código, e a diminuição no número de mortes no trânsito, comparados os 18 meses antes e depois do código, a quantidade de vítimas fatais já é maior em 1999, comparada ao primeiro semestre de 1998. Foram 25 pessoas mortas no trânsito nos seis primeiros meses do ano passado, e 27 no primeiro semestre desse ano. Em 1999, de janeiro à junho, 198 motoristas foram autuados por guardas de trânsito por motivo de embriaguez.

O chefe do setor de tráfego do Bptran, tenente Heriberto Rodrigues, avalia que os acidentes vem se repetindo pois os motoristas pensam que não são obrigados a colaborar com os policiais para atestar o estado de embriaguez. “Não podemos deixar um indivíduo com uma arma na mão que é um carro, sob alegação de constrangimento”, disse.

Para o tenente, se o condutor alcoolizado negar-se a fazer o bafômetro, existem outras maneiras de constatar a embriaguez. Uma delas é encaminhar o motorista ao Instituto Técnico e Científico de Polícia para o exame de teor álcoolico no sangue.

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A rigor, não é fácil precisar o quanto alguém pode beber e não pôr em risco a vida de passageiros e pedestres, mas existe o exame clínico, onde um profissional médico é capaz de observar o nível de reflexos do motorista. O chefe de tráfego do Bptran aconselha que os condutores de veículos flagrados dirigindo alcoolizados que façam o bafômetro. “É uma chance de legítima defesa, caso contrário se inverte o ônus probante”. Para ele, um motorista se negar a comprovar o teor álcoolico em que se encontra é assinar sua culpa.

Para a diretora do Detran, Justina Iva, não tem receita, a melhor maneira de evitar acidentes e não dirigir sem ter certeza de suas condições. “Se beber e estiver ao volante, deixe o carro no local e volte para casa de outra forma. Faça uso do táxi ou peque uma carona que é muito mais seguro”, recomenda.

Água e azeite jamais se misturam. Álcool e direção também não. De acordo com o novo código de trânsito, assumir o volante sob efeito de bebida ou de qualquer substância entorpecente é infração gravíssima e a multa é multiplicada por cinco (R$ 864,99). O motorista infrator perde temporariamente o direito de dirigir e o veículo é retido pela autoridade até a apresentação de um condutor habilitado. A lei estabelece o limite de seis decigramas de álcool por litro de sangue. Mas o que isso representa?

A médica Júlia Greve, do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que, a rigor, não é possível precisar o quanto alguém pode beber para escapar do bafômetro ou mesmo não pôr em risco a vida de passageiros e pedestres. Segundo ela, os efeitos do álcool no organismo variam muito de indivíduo para indivíduo. Duas latinhas de cerveja podem não deixar ninguém embriagado, mas são capazes de retardar os reflexos dos motoristas por frações de segundo. Parece pouco, mas é tempo suficiente para fazer com que a festa acabe mais cedo.Os números comprovam: cerca de 60 a 70% dos casos de politraumatismos em acidentes e atropelamentos registrados pelo Hospital das Clínicas estão relacionados com o consumo de álcool.

Não há receita. O ideal é que o motorista jamais dirija se não tem certeza sobre as suas condições. Nesse caso, o melhor optar pelo ônibus ou pelo táxi. Ou ainda entregar a direção do carro a uma pessoa sóbria, explica a médica.

Falta de sono é pior que álcool para dirigir

Dirigir com sono pode ser tão perigoso quanto dirigir alcoolizado, segundo estudo da Universidade de Stanford, na Califórnia, EUA. A pesquisa baseou-se em pessoas que sofrem de apnéia.

A apnéia causa constantes interrupções da respiração. Os pacientes testados tinham a respiração suspensa cerca de 29 vezes por hora durante o sono. Nos testes de direção e atenção a que foram submetidos, os apnéicos tiveram resultados piores que os com nível de álcool superior a 0,08%, limite legal máximo de embriaguez na Califórnia.

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