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Alguns modelos de luxo com dois anos de rua tem o preço de um popular zero-quilômetro

As condições de financiamento oferecidas pelas montadoras e pelas concessionárias a quem compra um carro zero-quilômetro repercutiram sobre o mercado de usados e quem souber tirar proveito disso pode fazer um bom negócio. É possível encontrar sem muito esforço um automóvel com dois anos de uso, com direção hidráulica, ar-condicionado e motor possante, pelo mesmo preço de um popular novo, mas sem os equipamentos que aumentam o conforto e a segurança do motorista.

No passado, eram necessários quatro anos ou mais para o preço de um usado de luxo igualar-se ao de um modelo básico. Hoje, o carro perde cerca de 30% do valor, em relação a um zero do mesmo modelo, no primeiro ano de uso. A partir daí, a desvalorização é de 10% a cada ano, conforme cálculo do dono de concessionária Humberto Pereira Carneiro, da cidade mineira de Uberlândia, presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores Fiat.

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Essa é a desvalorização considerada normal pelos negociantes de carros. Como as vendas dos usados caíram, o próprio mercado se encarregou de baixar os preços um pouco mais. Um levantamento da Assovesp, associação que reúne 7500 revendedores de automóveis usados do Estado de São Paulo, indica que os preços dos carros já rodados estão hoje 7,5% mais baixos em relação aos primeiros meses deste ano.

As condições de compra do carro usado, boas no país inteiro, estão melhores em São Paulo, onde a oferta é maior. As concessionárias precisam desfazer-se dos carros que recebem na troca pelos novos e, para agilizar as vendas, algumas estão oferecendo linhas de financiamento parecidas com as dos zero-quilômetro.

Para os modelos fabricados de 1995 em diante, é possível conseguir um plano de leasing, com juros de cerca de 3% ao mês e dois anos de prazo para pagar. Para financiar um carro usado de 14.000 reais em 24 meses, o comprador poderá dar uma entrada de 2.800 reais e pagar prestações de 670 reais. Se a entrada for de 7.000 reais, a mensalidade será de 420 reais. “As linhas de financiamento dos usados têm juros um pouco mais altos do que as dos carros zero”, diz Naul Ozi, diretor da Sopave, uma concessionária Volkswagen de São Paulo. No mercado de usados, é possível encontrar um Omega, da General Motors, ano 1995, com ar-condicionado, alarme e outros acessórios por cerca de 1.000 reais a mais do que um Gol 1.0, da Volkswagen. O modelo básico do Gol custa cerca de 13.000 reais.

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Cuidados — A desvantagem de comprar um carro já rodado é o desconhecimento do verdadeiro estado do automóvel. Esse mercado é cheio de armadilhas e quem não entende do ramo sempre corre o risco de ser vítima de um espertalhão. Para o leigo, um automóvel com muito tempo de uso mas com uma pintura muito brilhante parece bem conservado. Para quem é desse meio, aí pode estar um indício de maquiagem.

Os carros que rodaram por muito tempo em cidades litorâneas estão mais sujeitos a apresentar pontos de ferrugem e por isso têm uma desvalorização maior. Por essa razão, alguns vendedores costumam transferir a documentação para cidades distantes do mar antes de colocá-los à venda.

Por causa desses e de outros truques, todo cuidado é pouco na hora de comprar um usado. Há muitas formas de perceber as armadilhas mais comuns dos vendedores (veja fichário). O Código de Defesa do Consumidor fixa em três meses a garantia dos carros comprados das concessionárias ou das agências. (Para os negócios entre particulares não está prevista nenhuma proteção legal.) Um manual de instruções com o registro das revisões feitas em concessionárias autorizadas pode indicar que o carro foi bem cuidado, mas é sempre bom submetê-lo a uma inspeção minuciosa, feita de preferência por um mecânico de confiança, antes de fechar o negócio.

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É obrigatório, claro, conferir a documentação para ter a certeza de que o carro está mesmo em nome do vendedor e se o IPVA e o seguro obrigatório estão em dia. As grandes concessionárias regularizam a documentação antes de passar o automóvel adiante, mas, caso a compra seja feita de uma pessoa física ou de uma agência, é bom pedir uma vistoria ao Departamento de Trânsito antes de bater o martelo. Além disso, nunca tenha receio de exigir abatimento no preço. Nesse mercado, mais do que em qualquer outro, é praxe pedir um valor acima do que realmente se espera receber para haver uma margem de negociação.

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