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DNA de combustível é lançado pela Shell – A empresa aperfeiçoa tecnologia que identifica grau de pureza da gasolina

Uma nova tecnologia que promete ser infalível no combate à adulteração de gasolina começou a ser aplicada pela empresa Shell Brasil.

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É o programa DNA da Shell, foram investidos cerca de R$20 milhões em pesquisas realizadas por cientistas brasileiros, americanos e ingleses no centro da Shell em Thorton, na Inglaterra, que duraram mais de dois anos.

Segundo o engenheiro-chefe de Desenvolvimento de Combustíveis da Shell, Gilberto Pose, o programa se distingue dos marcadores comuns utilizados no mercado devido à alta tecnologia que lhe dá precisão e segurança na identificação da origem do combustível.

“É uma tecnologia única que consiste num marcador que conseguimos fazer através da transformação do peso atômico de uma molécula que agregamos na nossa gasolina.

Esse produto não é um aditivo, não é um corante. O marcador não altera nenhuma característica físico-química da gasolina.

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Ou seja, por exemplo, não se ganha mais potência, mas se assegura em 100% a certeza da origem do produto”, esclarece.

Estratagema – O que os cientistas da Shell fizeram foi pegar um dos 300 componentes químicos existentes na gasolina e, através de tecnologia nuclear, alterar o peso atômico de uma molécula pelo aumento da massa do hidrogênio presente.

“Essa molécula, que passou a ter um peso atômico diferenciado das demais, foi agregada ao combustível que fica diferenciado”, esclarece Gilberto Pose.

O engenheiro explica que, com a adoção da tecnologia do DNA na gasolina da Shell, a atuação de adulteradores para esses produtos se torna quase impossível.

“Existem um milhão de possibilidades de combinações possíveis para saber qual o composto que a Shell usou para desenvolver o isótopo.

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O executivo ressalta que para a criação de um isótopo é necessário ter um reator atômico, além do domínio da técnica de sua utilização, mais especificamente da aceleração que tem de ser dada na partícula para incorporá-la no produto.

Para checar se existe alguma alteração do combustível vendido, os técnicos-químicos da empresa vão circular num “laboratório móvel”, uma pequena van dotada com um equipamento portátil (leitor óptico de campo) para detecção do marcador invisível.

A van traz, também, equipamentos para fazer os testes tradicionais – de densidade, de teor de álcool e da qualidade de combustível – recomendados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Como a Shell colocou essa “impressão digital” nas suas gasolinas de tipo comum, fórmula Shell e Premium, o aparelho portátil verifica a porcentagem de “DNA”, ou de pureza, que possui uma determinada amostra de combustível.

O teste do DNA da Shell é realizado através da amostra de gasolina retirada de um bomba de posto que é colocada num recipiente de 5 ml. Em seguida, o recipiente é introduzido no aparelho portátil de campo com leitor eletrônico.

Em menos de dois segundos, a percentagem de pureza de DNA da Shell aparece no visor eletrônico do leitor.

“Por exemplo, se for registrado 95%, esse combustível tem 5% de solvente. Essa amostra vai ser enviada para os laboratórios da Shell no Rio de Janeiro ou em São Paulo para uma outra análise”, avalia.

Para evitar danos – Além de ser uma proteção industrial pela garantia da venda da gasolina originária da empresa, o programa DNA da Shell é mais um aliado no combate à adulteração que causa prejuízos à mecânica de todos veículos.

“Já encontrei gasolina adicionada com vários tipos de produtos químicos, como solventes, álcool hidratado, água e rafinado. Quando o adulterador é “profissional” consegue balancear a mistura a um ponto que até um teste de laboratório não capta a fraude, mas o teste de DNA capta”, salienta.

São muitos os danos para o bom funcionamento dos veículos que são abastecidos com gasolina adulteradas. O engenheiro-chefe do Desenvolvimento de Combustíveis da Shell lança mais luz sobre o assunto.

“Todos os componentes do sistema de alimentação de um carro – como as borrachas de irritação, juntas, guarnições, carburadores, bombas de combustíveis, filtros, bicos disjuntores – são confeccionados com borracha, justamente para resistir a uma certa “agressividade” dos solventes, uma vez que a própria gasolina já é um solvente”, esclarece.

O problema, de acordo com o especialista, é que quando uma gasolina está adulterada com solvente aumenta esse grau de agressividade que pode comprometer o material feito à base de borracha.

“Nos carros com injeção eletrônica, por exemplo, as bombas de alimentação estão imersas no tanque de combustível e existem vedadores que separam a parte eletrônica da carcaça que é feito com material plástico. Se esse combustível adulterado ataca essa carcaça, ela começa a se dissolver e vai no caminho do combustível, entupindo a própria bomba, os bicos injetores, os filtros e carburadores”, descreve.

Perigo – Os efeitos do comprometimento de parte da parte mecânica do veículo não demoram a se manifestar e trazer riscos para o motorista.

“O motor do carro começa a “engasgar” e perde potência. Isso, numa ultrapassagem pode causar um acidente na mudança para uma marcha de maior velocidade, o motorista pode não ter a resposta que espera do motor”, explica. Além disso, Gilberto Pose já atestou em perícias os efeitos de um uso crônico de gasolina adulterada.

“Conheço casos de veículo que teve sua mangueira de combustível ressecada devido à ação da gasolina adulterada, que acabou pingando no coletor do equipamento, e pegou fogo”, explica.

O especialista adverte que a utilização de um combustível misturado a um solvente mais leve, de rápida evaporação, como o rafinado, também, vai provocar sérios problemas na parte mecânica.

“O rafinado pode entrar no cárter do motor através dos anéis e “afinará” o óleo, gerando problema de lubifricação. Isso pode causar um desgaste que pode fundir o motor”, sintetiza.

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