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Carro blindado não tem performance prejudicada

A Gepco realizou comparativos entre um Subaru Impreza Turbo blindado com o vidro mais leve do mercado e um convencional. Resultados mostram performance praticamente idêntica entre os dois carros

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“O motorista ‘leigo’ não percebe a diferença. Nós, pilotos profissionais, que temos outra sensibilidade ao dirigir, notamos pequenas variações”.

Esta foi a opinião do piloto Tino Viana, vice-campeão brasileiro de rali de velocidade em 2002, que participou dos testes comparativos de desempenho entre um carro blindado e um convencional promovidos pela Gepco no autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Foram realizados cinco tipos de testes – aceleração, retomada, slalom, desvio e frenagem.

A Gepco teve como parceiras, no evento, a montadora Subaru e a blindadora Safety Life.

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O principal objetivo da empresa era desmistificar a teoria que todo veículo blindado tem sua performance prejudicada, pelo elevado peso dos vidros e mantas balísticas.

No final, foram feitos ataques balísticos ao pára-brisa do carro blindado e na porta avulsa de um Vectra, com armas de calibre 38, nove milímetros e Magnum 357. O especialista e consultor balístico Creso Zanotta atirou nos vidros.

Os testes de desempenho foram feitos com dois carros da mesma marca e modelo, o Subaru Impreza WRX Turbo, e organizados pelo Centro de Pilotagem Roberto Manzini, atualmente comentarista de automobilismo do canal a cabo ESPN Brasil.

O carro blindado, cujo peso é de 1.551 kg, foi equipado com o vidro CrystalGard High Performance, de 17mm, o mais leve do mercado, fabricado pela Gepco desde o início deste ano.

Já o Subaru convencional pesa 1.409 kg (a diferença é de 142 kg). Além de Tino, os testes contaram com o piloto Giuliano Losacco, da Stock Car Light.

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“Realmente, as diferenças entre os dois carros são quase imperceptíveis. No teste de arrancada, por exemplo, o veículo blindado ‘segura’ mais no chão”, opinou Losacco, de 18 anos.

De acordo com Gerson Branco, diretor-presidente da empresa, os comparativos atingiram plenamente os objetivos da empresa.

“Os números das avaliações realizadas em Interlagos comprovam que o desempenho do carro blindado não foi comprometido e ratificam a alta qualidade do nosso produto, que é até 27% mais leve que os vidros existentes no mercado”, disse.

“O CrystalGard HP é resultado de muita pesquisa dos profissionais da Gepco na área de laminação de termoplásticos e rapidamente conquistou uma fatia significativa do segmento no país, que hoje chega a 10%”.

Evolução dos vidros blindados no Brasil

Gerson Branco fez uma rápida explanação aos jornalistas e demais convidados das empresas envolvidas sobre a evolução dos vidros blindados no Brasil.

Até o início da década de 90, a maioria dos vidros que equipavam os carros blindados no país tinha 40 milímetros de espessura e peso de 108 quilos por metro quadrado.

Com isso, o carro podia acrescentar ao seu peso quase 600 kg, entre vidro e proteção opaca feita em aço.

Em meados da última década, a Gepco desenvolveu um vidro de 21 milímetros, com a mesma capacidade de retenção balística (nível III-A) – resistente à bala de pistolas 9mm e revólveres até calibre 44 – e metade do peso do vidro existente no mercado, pois tinha uma camada de policarbonato, termoplástico de alta absorção energética, portanto era mais leve.

“O CrystalGard HP de 17 milímetros, que chegou ao mercado este ano, é a evolução dos vidros blindados no país, pois foi desenvolvido com duas camadas de policarbonato, que o torna mais leve e resistente. Com este produto, estamos ratificando nossa posição de líderes do segmento no país, que nos últimos cinco anos cresceu em média 30% ao ano, índice raramente alcançado em outros setores da economia”, lembrou.

Rogério Garrubo, diretor da Safety Life, destacou que uma blindadora precisa de um bom projeto para executar bem o seu trabalho. “Estes testes que realizamos em Interlagos confirmam que um carro blindado com produtos de alta qualidade, como os vidros CrystalGard HP, sai da blindadora como um modelo standard que deixa uma concessionária”, afirmou.

Para Marcelo Marques, diretor do Centro de Pilotagem Roberto Manzini, que já fez inúmeros cursos de direção defensiva para executivos, donos de carros blindados, o avanço das tecnologias usadas nos vidros blindados e em materiais opacos é muito importante para este segmento.

“Os resultados destes testes realmente me surpreenderam. Esperava diferenças muito maiores nos números. Além disso, a diferença de peso entre o Subaru convencional e o blindado é pequena, de apenas 142 quilos, se comparada a de outros carros blindados”, completa.

Números dos testes

Antes dos testes, os dois carros foram pesados pelo Centro de Pilotagem na antiga reta dos boxes de Interlagos, local do evento. O Impreza blindado apresentou 1.551 kg e o convencional, 1.409 kg.

A diferença (142 kg) representa um acréscimo de apenas 10% no peso do carro blindado, entre vidros e a proteção opaca. Esta última era o YellowGard, manta balística que também é fabricada pela Gepco e tem como matéria-prima o kevlar, material produzido pela DuPont.

Nos testes de aceleração, de 0 a 100 km, a performance dos dois carros foi praticamente idêntica na pilotagem de Tino Viana, enquanto Giuliano Losacco mostrou que o blindado foi apenas 8% mais lento.

Na retomada de velocidade, Losacco conseguiu ser mais rápido com o blindado. Os dois pilotos apresentaram menos de 10% de diferença no teste do slalom. A quarta amostragem, o “Teste do Alce” (desvio), também não mostrou diferenças significativas, enquanto que no último teste, de frenagem, as marcas foram quase iguais.

Os resultados dos cinco testes comparativos realizados com os Subaru Impreza WRX Turbo são os seguintes:

1- Aceleração – Nesta avaliação, foram comparados o peso e a potência dos carros, que foram exigidos quanto ao trabalho e a força do motor na transferência do peso do veículo sobre as rodas.
Veja os tempos de 0 a 100 km/h:
– carro convencional (média das três passagens) Tino Viana: 7,6 seg Giuliano Losacco: 6,7 seg
– carro blindado (média das três passagens) Tino Viana: 7,5 seg Giuliano Losacco: 7,2 seg

2- Retomada – Neste teste, o carro passava pelo primeiro radar a 40 km/h em quarta marcha e percorria 300 metros até cruzar o segundo radar. O objetivo era verificar a maior velocidade atingida pelos veículos.
– carro convencional (média das três passagens) Tino Viana: 77,6 km/h Giuliano Losacco: 72,6 km/h
– carro blindado (média das três passagens) Tino Viana: 59,6 km/h Giuliano Losacco: 76 km/h

3- Slalom – Os carros superavam em zigue-zague oito cones distantes oito metros um do outro. O objetivo era verificar a agilidade do carro e a transferência de peso do veículo. Veja os tempos médios:
– carro convencional Tino Viana: 25,4 seg Giuliano Losacco: 26,1 seg
– carro blindado Tino Viana: 27,8 seg Giuliano Losacco: 26,9 seg

4- Desvio – Neste exercício, conhecido por “Teste do Alce”, foram verificadas as velocidades que o carro blindado e o convencional atingiriam ao percorrer um trecho de 30 metros, mas executando um desvio repentino feito com cones, retornando sua trajetória anterior e passando entre dois cones. A avaliação foi feita em quatro velocidades máximas – 40, 60, 80 e 100 km/h.
– carro convencional
Tino Viana: 34, 54, 73 e 85 km/h (com derrubada de um cone)
Giuliano Losacco: 36, 60, 77 (com derrubada de um cone) e 92 km/h (com derrubada de um cone)
– carro blindado
Tino Viana: 40, 46, 77 e 92 km/h
Giuliano Losacco: 41, 55, 74 e 88 km/h (com derrubada de dois cones)

5- Frenagem – Esta avaliação mostrou a distância de parada dos carros em três velocidades: 80, 100 e 120 km/h. Confira os números:
– carro convencional
Tino Viana: 29m a 80 km/h, 44m a 100 km/h e 59m a 120 km/h
Giuliano Losacco: 23m a 80 km/h, 37m a 100 km/h e 53,5m a 120 km/h
– carro blindado
Tino Viana: 24m a 80 km/h, 37m a 100 km/h e 62m a 120 km/h
Giuliano Losacco: 25m a 80 km/h, 38m a 100 km/h e 52m a 120 km/h

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