quinta-feira, 18 setembro , 2025
28 C
Recife
Bosch Brasil

Talento nacional

(*) Renato Bellote Gomes

Pare o que está fazendo. Imagine um carro totalmente diferente do convencional. Estilo moderno e linhas suaves, mas sem deixar de lado a agressividade contida em seu espírito.

- Publicidade - Ofertas FIAT

Agora aplique o slogan de lançamento: “Parece que daqui pra frente ficou um pouquinho mais difícil se falar em GT ou carro-esporte nesse país”.

Pronto, agora é só girar a chave e embarcar nesse clássico genuinamente brasileiro, chamado de SP2.

O modelo foi um marco nacional. Totalmente projetado e desenvolvido no Brasil, o SP2 foi desenhado no início dos anos 70 e exibido pela primeira vez – ainda como protótipo – no primeiro ano da década.

- Publicidade -

Em meados de 1972, o carro ganhou as ruas, colocando todo seu charme no asfalto.

O nome não podia ser escolhido de melhor forma, homenageando a cidade de São Paulo, ainda que uma história diga que o verdadeiro significado da sigla seja outro.

O sucesso do lançamento repercutiu na Europa e EUA e o veículo foi produzido em duas versões distintas: SP1 (65 cv) e SP2 (75 cv).

- Publicidade - Ofertas FIAT

A revista Auto Esporte, em sua edição de número 91, fez uma apresentação detalhada do carro, antecipando inclusive seu preço, de aproximadamente 25.000 cruzeiros.

O chassi utilizado pelo esportivo era o da Variant II e o bloco boxer teve sua capacidade cúbica aumentada para 1.700 cm³.

O motor contava ainda com carburadores duplos Solex e maior compressão, despejando 75 cavalos de potência no solo.

Os números de desempenho foram satisfatórios para a época, visto que a carroceria era feita com chapas de aço e não de fibra como seu rival Puma.

Externamente, o SP2 chamava atenção à distância. O perfil baixo do veículo era ainda mais salientado por frisos que acompanhavam toda a carroceria.

Pára-choques de plástico e “respiros” laterais para refrigeração do motor davam à traseira um estilo único.

O porta-malas na frente do carro continha o estepe e ainda deixava um bom espaço para bagagens, que ainda podiam ser armazenadas no espaço atrás dos bancos.

O interior requintado foi um dos seus diferenciais. Bancos confortáveis revestidos em couro – apenas dois para salientar seu “jeitão” de esportivo – ótima posição de dirigir, câmbio à mão e um painel que merece elogios, equipado com conta-giros, velocímetro, indicador de temperatura do óleo e motor, marcador de combustível e amperímetro, deixando o motorista com total controle do carro.

O volante de pequeno diâmetro – coqueluche dos anos 70 – também vinha de série, aumentando o prazer de dirigir.

Após quatro anos de boas vendas, o SP2 saiu de cena em fevereiro de 1976, com 10.204 unidades produzidas.

O estilo chamou tanta atenção na época que um exemplar está preservado no museu da montadora, em Wolfsburg. Sem dúvida, o maior mérito do projeto está no gênio criativo dos brasileiros, que, por quatro anos, fizeram o mundo todo sonhar.

(*) Renato Bellote Gomes
25 anos, é bacharel em Direito. O autor também é colaborador dos sites Lusomotores (Portugal) e Powerzone (Uruguai)

Bosch Brasil

Matérias relacionadas

Bosch Brasil
NOVO PEUGEOT
2008 GT HYBRID

Mais recentes

Bosch Brasil
Salão do Automóvel de São Paulo 2025

Destaques Mecânica Online

Avaliação MecOn

Bosch Brasil