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Simpósio da SAE BRASIL mostra que o Brasil leva vantagem sobre China e Índia no carro de baixo custo

O mercado mundial de carros de baixo custo, que valem até US$ 10 mil nos Estados Unidos ou 10 mil euros na Europa, gira em torno de 14 milhões de unidades/ano e deve crescer 4,5% ao ano até 2013, atingindo 18 milhões de unidades. A conclusão está em estudo apresentado nesta segunda-feira, 23, por Win van Acker, diretor-sócio da consultoria Roland Berger, durante o Simpósio SAE BRASIL Novas Tecnologias Automotivas.

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                Embora os números sejam animadores, Acker mostrou que o Brasil não pode perder tempo se quiser avançar neste expressivo mercado. "O Brasil leva vantagem sobre muitos países pela vocação no desenvolvimento de veículos compactos populares e tradição da indústria automotiva", disse o consultor. Ele acredita na necessidade de o governo rever a alta carga tributária a que os veículos são submetidos no Brasil.

Durante o painel O Pólo Brasileiro de Engenharia Automotiva, Cledorvino Belini, diretor superintendente da Fiat Automóveis, reafirmou a importância de diminuir a carga tributária na aquisição do veículo, promover a inspeção veicular e estruturar uma política de impostos que favoreça a troca do veículo. “No Brasil, o imposto é alto na compra e diminui quando o carro fica velho”, criticou.

“Os juros precisam cair, pois atraem capital volátil, que mantém o câmbio no patamar atual, valorizado”, disse o dirigente da Fiat Automóveis. Para ele, o nível de produção conjunta ideal para as indústrias automotiva brasileira e argentina seria algo em torno de 5 milhões de unidades por ano.

Belini e Acker concordam num ponto: a ameaça virá da China e Índia no médio prazo. Ambos enfatizaram que a indústria automotiva brasileira tem tradição de 50 anos e sua engenharia local, reconhecida no Exterior, a credencia a participar ativamente do desenvolvimento de projetos globais e outros dirigidos a mercados específicos.

O engenheiro Márcio Alfonso, diretor de Engenharia da Ford, que atua nos Estados Unidos no projeto do Focus para os mercados norte-americano e canadense, é um dos exemplos dessa capacitação. Conhecido pela carreira bem-sucedida na Ford do Brasil, desenvolvendo produtos na América do Sul como o novo Fiesta e o EcoSport, Alfonso foi convidado para falar sobre a o papel da engenharia brasileira no mercado global.

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Ele assegurou que os profissionais brasileiros nada ficam a dever aos que conheceu no exterior e valorizou sua capacidade de visão ampla nos projetos. “Lá fora é comum os engenheiros serem muito especializados”, ressaltou.

José Fernando Penteado, diretor de Administração de Engenharia de Produtos da General Motors do Brasil, que participou de painel sobre a nova geração de projetos automotivos, apresentou a evolução da engenharia brasileira na GM, de 1925 até os dias atuais, quando o Brasil foi escolhido, pela matriz, como pólo de desenvolvimento de picapes médias. “Estamos duplicando a área de engenharia em três anos”, afirmou, ao lembrar que a montadora já realizou 300 contratações em 2006 e tem planos de fazer outras 200 este ano e mais 150 em 2008, junto com investimento de US$ 60 milhões em instalações e equipamentos.

Também participaram deste fórum os engenheiros Carlos Eugênio Fonseca Dutra, diretor de Planejamento e Estratégia de Produto da Fiat Automóveis; Cássio Pagliarini, diretor de Marketing da Renault do Brasil; e também Luiz Felipe Etzel, gerente de Localização e Oportunidade de Custos da Mitsubishi Motor Company do Brasil. Sob coordenação de Gábor Deák, diretor da SAE BRASIL e presidente da Delphi, os participantes trataram da ampliação do uso dos sistemas ABS, tecnologia de rastreadores, veículos híbridos e elétricos e relacionamento com fornecedores, entre outros assuntos.

A Integração do Fornecedor nos Projetos foi outro tema em debate, reunindo Carlos Briganti, diretor da SAE BRASIL; Moisés Bucci, presidente da TRW; e Paulo Nunes, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Dana. “A empresa só investe se houver rentabilidade”, afirmou Bucci, resumindo um pensamento comum.

Diesel – A engenharia brasileira desenvolve tecnologia de motores diesel, embora o País seja o único a proibir a comercialização de automóveis com motores que utilizam este combustível. Motores e veículos completos movidos a diesel são exportados para diversas regiões do planeta. No painel A Revolução Começa pelo Powertrain, Luso Ventura, diretor de Comissões Técnicas da SAE BRASIL, e da Netz Engenharia, coordenou debate com os Domingos Carapinha Filho, engenheiro-chefe da MWM International; Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da DaimlerChrysler; e João Alvarez Filho, gerente executivo de Desenvolvimento de Veículos e Powertrain da Volkswagen do Brasil.

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Com uma nova etapa do programa de redução de emissões de gases poluentes à vista, programada para 2009, os participantes concordaram sobre a necessidade de assegurar a qualidade do diesel e uma especificação mais clara do biodiesel. “Para garantir o bom funcionamento do motor, a qualidade do diesel é mandatória”, disse Leal, favorável à liberação do carro a diesel para uso restrito, como em táxis.

Vilmar Fistarol, presidente da SAE BRASIL, encerrou o simpósio convidando os participantes para o Congresso SAE BRASIL, um marco da engenharia automotiva brasileira que ocorre em novembro, organizado por um grupo de voluntários de mais de 150 associados da entidade. As atividades da SAE BRASIL e o programa dos próximos simpósios estão no site www.saebrasil.org.br

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