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Biocombustíveis e a indústria da mobilidade

Autor: Luiz Augusto Nerosky

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A crescente consciência dos problemas ambientais causados pelos gases de efeito estufa provenientes da combustão de combustíveis fósseis, a forte volatilidade dos preços do petróleo no mercado nacional e internacional, o avanço das pesquisas, desenvolvimento e geração de novas tecnologias, o estabelecimento de políticas públicas específicas, tudo isso atrelado à enorme competência da engenharia nacional permitiram que o Brasil se tornasse referência mundial em biocombustíveis, colocando o País em uma posição estratégica interessante e permitindo que tecnologias nacionais contribuam de maneira ainda mais efetiva para a sustentabilidade ambiental e econômica dos países e corporações.

E isso não é recente. A utilização de combustíveis não-fósseis produzidos a partir de base orgânica na indústria da mobilidade nacional remonta às décadas de 1970 e 1980, totalizando cerca de 30 anos de trabalho árduo. Estamos na vanguarda, especialmente em relação ao etanol.

Dominamos o cultivo, produção, exploração e conversão da cana-de-açúcar no mais bem-sucedido biocombustível em uso no planeta.

Entretanto, é necessário avançar. As recentes metas estabelecidas pelos países desenvolvidos para expandir o percentual dos biocombustíveis em suas matrizes energéticas, assim como os requisitos de mercado que exigem veículos cada vez mais eficientes, impõem novos desafios e enormes oportunidades para a engenharia automotiva brasileira.

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Além disso, precisamos otimizar a exploração de biomassa, a emissão de CO2 no ciclo de vida dos produtos, a competição por recursos hídricos e terra plantada e os impactos sócio-econômicos da modernização dos métodos agrícolas.

Raciocínio semelhante se aplica à indústria aeronáutica, com desafios ainda maiores. Antes de se utilizar biocombustíveis em aeronaves é imprescindível garantir o atendimento aos requisitos de segurança de vôo, desempenho, especificação, capacidade energética, qualidade, distribuição e custos, sem falar das questões de sustentabilidade ambiental.

Luiz Augusto Nerosky
Diretor do 1º Seminário SAE BRASIL Mobilidade, Meio Ambiente e Fontes Renováveis de Energia

Tecnologia disponível permite ampliação da produção mundial de biocombustíveis

A tecnologia já disponível é suficiente para que muitos países possam iniciar sua produção de etanol a partir de cana-de-açúcar. Esta é a posição do professor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá, Luiz Horta, que participou da terceira sessão plenária da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, na capital paulistana, no final de novembro de 2008.

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“Já poderíamos ter acumulado benefícios globais em termos ambientais e econômicos se muitos países que têm condições, especialmente na América Latina, de produzir biocombustíveis já tivessem tomado iniciativa. Podemos citar apenas alguns, como Jamaica, Costa Rica e Colômbia que iniciaram esse processo; mas ainda são poucos”, ressaltou Horta acerca do debate em torno da inovação no setor de biocombustíveis.

O professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, José Goldemberg, reforça este pensamento. Para ele, é necessário não só desenvolver novas tecnologias, mas aprofundar e disseminar a que já existe.

“Isso depende de mandato governamental para se fixar um percentual de biocombustível misturado ao combustível fóssil. Temos estudos apontando que a produção de biocombustíveis gera 60 vezes mais empregos que a utilização de combustíveis fósseis. Isso num momento de crise econômica é um fator muito importante”, completou Goldemberg.

A sessão teve como moderador o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sílvio Crestana, e participação de especialistas do Banco Mundial (BID), institutos de pesquisa do Brasil, Estados Unidos e Sudão, além de representante da indústria automobilística.

À tarde, o debate será focado no mercado internacional, regras comerciais e padrões sócio-ambientais dos biocombustíveis.

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