Fenômeno interessante acontece esse ano. Os principais mercados do mundo foram relativamente pouco afetados para as marcas premium, ou seja, primam pela qualidade, desempenho, equipamentos de conforto e segurança, emblema de grife à frente e, claro, preço bem mais elevado.
A razão primária é o poder aquisitivo inabalado de seus clientes, mas não explica tudo. É provável que pessoas troquem dois carros de menor valor por outro mais caro, a fim de evoluir sua experiência ao volante ou concretizar persistentes sonhos de consumo.
A briga entre três das principais referências – Audi, BMW e Mercedes-Benz – nunca esteve tão acirrada.
Daí, a importância do novo BMW Série 3, modelo de maior sucesso do fabricante premium líder em nível mundial. Desde 1975 venderam-se 12,5 milhões de unidades. Sexta geração chega ao Brasil em maio próximo.
Sem rompantes de estilo, esse médio-grande mudou bastante. Grupo ótico dianteiro e lanternas traseiras evoluíram.
As dimensões aumentaram: 5 cm no entre-eixos, 9,3 cm no comprimento, 3,7/4,7 cm nas bitolas dianteira/traseira, 1 cm na altura e mais 20 litros no porta-malas (480 litros, agora).
Como todo carro de tração traseira não é fácil administrar a configuração interna, tanto que o espaço para joelhos no banco traseiro aumentou só 1,5 cm.
Para a cabeça, mais 0,8 cm atrás, porém o acesso melhorou. O passageiro ao lado do motorista (rei em qualquer BMW) não foi esquecido: alça no console central também serve de apoio ao joelho esquerdo.
Painel, quadro de instrumentos e console são totalmente novos. A central multimídia inclui tudo, de tela para navegador de última geração ao conjunto de três câmeras externas e acesso à internet.
Além dos vários controles ativos de segurança de praxe, projeção de informações no para-brisa é colorida, a exemplo dos Séries 5 e 7.
Resolvida uma falha da versão anterior: fixação dos quebra-sóis não tem mais parafusos aparentes. Novidade são as três opções de acabamento bem definidas e até chaves de cores diferentes: Modern, Luxury e Sport.
Direção, agora, eletromecânica tem controle eletrônico para ajudar a estacionar em vagas paralelas ao carro.
Mas, um tanto estranho, o sistema de assistência proporcional à velocidade e o de redução variável da caixa de direção são opcionais.
Os novos motores de quatro cilindros do 320i (184 cv) e do 328i (245 cv), ambos de 2 litros, dispõem de turbocompressor de dupla voluta (não se trata de biturbo).
Conseguem a proeza de obter torque máximo de até (entusiasmantes) 35,7 kgf·m a apenas 1.250 rpm mantidos até 4.800 rpm. O de 6-cilindros de turbo duplo continua no 335i.
Avaliado na Catalunha (Espanha), o 328i demonstrou como obter prazer ao volante, mais torque e potência sob o pé direito, sem aumento de consumo, e quase transformar curvas em retas.
Sistema desliga-liga o motor e câmbio automático de oito marchas são de série nos modelos para o Brasil.
Há quatro modos de condução: Comfort, Sport, Sport plus (de fato para grandes emoções) e Eco Pro, que traz o consumo de gasolina para bem abaixo da versão anterior 325i.
Preços mantiveram-se entre R$ 198.000 e R$ 341.000. No 320i (segundo semestre de 2012) também devem ficar iguais.
RODA VIVA – ANFAVEA revisou para baixo, avaliados os números até novembro, o total de vendas em 2011, ainda novo recorde: 3,63 milhões de unidades (com caminhões e ônibus). Desaceleração da economia, maior que o previsto, fará com que o crescimento do mercado supere marginalmente o da economia, medido pelo PIB. Para 2012, espera vendas de 4 a 5% superiores a 2011.
FORD terá três grandes lançamentos em 2012: Ranger, no primeiro trimestre; EcoSport (prévia em janeiro, vendas no segundo trimestre) e o Fusion mexicano, segundo semestre.
Informou investimento de R$ 800 milhões na fábrica de São Bernardo (SP). Ela não confirma, mas de lá sairá em 2013 o novo Ka, diferente do vendido aqui e na Europa (baseado no Fiat 500).
NOVAS informações da Europa: Renault trabalha em dois modelos bem diferentes. Um de custo baixo, inferior ao atual Twingo, na faixa de R$ 18.000/R$ 20.000, previsto para o Brasil.
Outro, de custo ultrabaixo, em colaboração com a indiana Bajaj. Este, se produzido aqui (não seria, em princípio), poderia se situar, hipoteticamente, abaixo de R$ 10.000.
HONDA se atrapalhou ao divulgar a tabela de preços do Civic 2012. Como algumas versões anteriores de acabamento não são comparáveis de forma direta com as atuais, surgiram dúvidas sobre se as variações de preço se mantiveram dentro da faixa de 1% de aumento. Empresa diz que sim, mas na prática a média passou bem desse patamar.
ATO falho de digitação: utilitário médio-compacto da Mazda é o CX-5 e não MX-5 (também conhecido como Miata, conversível mais vendido da história).
Aliás, CX-5 foi desenvolvido a partir do zero para substituir o Tribute, carro quase gêmeo do Ford Escape, depois que a marca americana vendeu toda sua participação na japonesa.