Nos veículos convencionais o compressor do ar condicionado é acionado através de uma polia tracionada pelo motor de combustão interna (MCI). Através de uma embreagem elétrica, pode-se controlar o acionamento ou não do compressor.
Existem também os modernos compressores variáveis que permitem aumento ou diminuição da compressão exercida pelo componente de acordo com a demanda momentânea.
Porém em todos os casos há utilização do motor de combustão interna (MCI) para realizar o resfriamento do habitáculo, e isso gera perdas de até 5 a 7 cavalos de potência, o que é considerável dependendo da potência disponível no propulsor.
Nos veículos híbridos e elétricos (HEV & EV) se utilizam os compressores elétricos. Ou seja, ao invés de se obter a energia necessária para movimentação do compressor do ar condicionado através do uso de correia acionada pelo motor de combustão interna – MCI, há um motor elétrico no próprio compressor que é energizado pelo sistema de alta tensão do veículo.
O sistema de alta tensão pode ser da ordem de 300 ou até 400 V. Já existem no mercado de EVs, sistemas de propulsão que usam sistemas de 800V, como o Porsche Taycan e o Audi e-tron GT. Mas nestes casos o ar condicionado é acionado pelo sistema de 400 V.
Com esse sistema de acionamento elétrico, consegue-se preservar a potência da propulsão do veículo para as acelerações e o compressor pode ser acionado mesmo com o motor do carro parado (no caso de uma parada no semáforo, por exemplo).
Os compressores elétricos de ar condicionado são uma tendência e, com os HEV & EV cada vez mais presentes no mercado, certamente aumentarão a sua participação nos automóveis modernos.
André Maranhão escreve mensalmente no Mecânica Online sobre as tecnologias e evoluções de veículos híbridos e elétricos.
Engenheiro Mecânico POLI-UPE & Especialista Engenharia Automotiva POLI-USP;
Gerente de Treinamento da Audi do Brasil;
15 anos de atuação na indústria automotiva incluindo Nissan & Honda;
Instrutor de cursos na área de Veículos Híbridos e Elétricos na AEA;
Vice-coordenador do Comitê de Mecatrônica da Deutsche-Brasilianische Industrie-und Handelskammer – AHK;
Mestrando em Engenharia Eletroeletrônica na USP;
Professor do Curso de Especialização em Engenharia da Mobilidade da USP – Disciplina: Sistemas de Propulsão;
Foi professor do curso de Tecnologia Automotiva do SENAI/SP nas matérias de Mecânica e Eletroeletrônica Automotiva.