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A responsabilidade de cada cidadão no trânsito

O tema da Semana Nacional de Trânsito deste ano, celebrada entre os dias 18 e 25 de setembro, resgata o mesmo assunto já abordado durante o Maio Amarelo – outro momento de mobilização social: “Juntos salvamos vidas”.

Normalmente, são dois momentos distintos ao longo do ano em que os órgãos e autoridades de trânsito, assim como as entidades preocupadas com a melhoria da segurança veicular no Brasil, aproveitam para abordar assuntos que possam sensibilizar a população e chamar a atenção para as demandas mais urgentes referentes ao trânsito no país.

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A importância de se debater o papel de cada cidadão no trânsito é tão urgente e necessária que, em 2022, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) optou por investir todos os esforços em um único assunto.

O objetivo é levar a sociedade a refletir o que cada um pode fazer – como cidadão, empresa, organismo não-governamental, pesquisador, órgão público ou privado – para melhorar as estatísticas no Brasil.

Em um ano de eleição, esse tipo de reflexão é adequada e necessária, porque esse é um exercício que vem sendo pouco praticado por quem assume o volante.

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Quem tem mais de 40 anos é capaz de lembrar de um antigo desenho animado, em que o Pateta assumia personalidades completamente distintas, conforme a posição em que figurava.

O Sr. Walker, um pacato pedestre descrito como o verdadeiro “cidadão de bem”, incapaz de machucar uma formiga, assume a personalidade transtornada do Sr. Willer, o Motorista, assim que entra em sua armadura de quatro rodas. A animação, criada pela Disney em meados da década de 1950, continua atual tantos anos depois.

Hoje, porém, os desafios do trânsito se multiplicaram. Ao assumir o volante, o motorista enfrenta diversos outros problemas que se agravaram do século passado para cá, afetando diretamente as suas emoções: congestionamentos, celular, alto preço dos combustíveis e a insegurança nas ruas são apenas alguns dos componentes que acabam prejudicando ainda mais quem dirige.

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Sensações de ódio, medo, tristeza, ansiedade, euforia são comuns por quem passa muitas horas do dia no trânsito, multiplicando o número de “Willers” e reduzindo os “Walkers”.

A Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE) trabalha diariamente em busca de soluções que possam melhorar a segurança veicular no Brasil.

Para isso, não mede esforços para contribuir com a política pública e está sempre em contato com as autoridades para apresentar propostas, discutir ideias e alternativas para problemas que impactam o trânsito e fazem aumentar as estatísticas no país.

Além de uma questão de humanidade, é também um problema de saúde pública: dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que o Brasil gastou cerca de R$ 130 bilhões ao ano com despesas hospitalares e patrimoniais decorrentes dos sinistros de trânsito entre 2007 e 2018.

É muito dinheiro desperdiçado. Mas o pior: muitas vidas perdidas ou pessoas que ficaram marcadas para sempre pelas tragédias do trânsito.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as taxas de mortalidade por 100 mil habitantes por sinistros de trânsito de 2010 e 2019 foram, respectivamente, 22 e 15,2 nesses anos.

É necessário educar, mas é preciso ir além. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que está completando 25 anos, precisa ser assimilado e cumprido por todos. A lei precisa ser colocada em prática e fiscalizada.

Não dá mais para perder tempo com demagogia e discursos que buscam atender aos interesses de segmentos específicos.

Quando o assunto é trânsito, a prioridade é a segurança e a vida das pessoas. Se isso não for feito, daqui a uma década estaremos falando as mesmas coisas, apenas para novos ouvintes.

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