Num ano exuberante para a eletromobilidade no Brasil, as vendas de veículos leves eletrificados bateram todas as previsões e terminaram 2023 com 93.927 emplacamentos – um crescimento de 91% sobre as vendas de 2022 (49.245).
Só em dezembro, as vendas chegaram a 16.279, quase o triplo das 5.587 de dezembro de 2022 (+191%), superando todos os recordes mensais da série histórica da ABVE Data.
Os números de 2023 consolidam uma virada do mercado de eletrificados no Brasil, no rumo dos veículos elétricos plug-in (PHEV e BEV).
Os plug-in (que têm recarga externa das baterias) representaram 56% das vendas de eletrificados leves no ano, com 52.359 unidades, ultrapassando os híbridos convencionais HEV a gasolina e HEV flex (41.568), que até 2022 ainda dominavam esse segmento.
Em dezembro, os plug-in atingiram nada menos do que 70% das vendas totais de eletrificados (11.371, de um total de 16.279), puxados pelo excelente desempenho da BYD e GWM, que lançaram novos modelos com essas tecnologias.
CONSOLIDAÇÃO – Para o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, o ótimo resultado de 2023 reflete um conjunto de fatores, entre eles o anunciado aumento do imposto de importação de veículos elétricos e híbridos a partir de janeiro, que provocou uma antecipação das vendas no último bimestre.
“Os números indicam principalmente uma sensível evolução desse mercado este ano, com os veículos plug-in chegando a dois terços das vendas em dezembro, confirmando a confiança e a preferência cada vez maior do consumidor pelas novas tecnologias”.
Para a ABVE, esse amadurecimento deverá se consolidar com o lançamento, em dezembro, do Mover – Mobilidade Verde e Inovação, o novo programa do governo federal para o setor automotivo.
“O Mover vai permitir que as empresas preparem com mais clareza seus planos de investimento, tanto para veículos leves, quanto para veículos pesados, como ônibus e caminhões, e também para infraestrutura de recarga elétrica” – disse Ricardo Bastos.
Em sua avaliação, essa tendência de crescimento deverá se manter, mesmo com o aumento da carga tributária sobre os veículos elétricos e híbridos importados.
“Em 2024, ainda estamos avaliando o efeito das novas alíquotas do imposto de importação, mas já posso antecipar que ainda assim teremos boas surpresas” – concluiu o presidente da ABVE.