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Reclamar para quem

A organização da Automec (Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços) comemorou a décima edição com novo recorde de expositores.

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Trata-se de uma feira bienal, específica para profissionais, intercalada com o Salão do Automóvel, em São Paulo (SP), ambos sob responsabilidade da Reed Alcântara Machado.

Este ano 1.142 marcas, de 31 países, estiveram representadas, inclusive 181 chinesas que preocupam o setor pelo preço baixo, embora de qualidade proporcional. A primeira Automec, em 1993, reuniu apenas 401 expositores.

Para o presidente do Sindipeças, Paulo Butori, “a especialização das empresas aqui estabelecidas é a saída para o excesso de impostos, os custos altos e a desvantagem cambial”.

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O fato é que 131 expositores participaram pela primeira vez no Pavilhão de Exposições do Anhembi, prova inequívoca da forte atratividade do mercado brasileiro.

A diversidade está cada vez maior. Empresas de capital majoritário nacional já são poucas, entre elas a Sabó, com seus sistemas de vedação, que enfrenta gigantes como a Freudenberg-NOK e seu braço distribuidor Corteco.

Tecnologia de turbocompressores não para de evoluir, como demonstrou a BorgWarner. A Schaeffler passou a produzir aqui o variador de fase de comando de válvulas, visando ao aumento de torque e menor consumo.

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Saint-Gobain Sekurit e Valeo se uniram para facilitar a vida do motorista na identificação fácil ao substituir palhetas de limpador de para-brisa.

Outro fabricante nacional, a Keko, mostrou nova tecnologia de plástico em estruturas de santantônio para picapes.

A alemã Kostal acrescentou a função presencial no seu alarme mais recente. A DSW apresentou espelho retrovisor com tela de sete polegadas de tripla função: câmera de ré, DVD e TV digital. Bolsas infláveis estão na linha de frente de produtos nacionalizáveis pela TRW.

Vários expositores destacaram a ampliação dos programas de inspeção ambiental (emissões e ruídos), a partir de 2012.

A Bosch criou um ciclo de palestras e a Mastra disponibilizará decibelímetros para medição nos escapamentos.

O 6º Congresso da Reparação de Veículos demonstrou que a rede de oficinas se organiza para atender melhor os consumidores, apesar da redução de 120.000 para 92.000 pontos de atendimento nos últimos seis anos.

A queda é natural pelo aumento de vendas de carros novos, menos itens passíveis de manutenção e melhoria de qualidade que gera menor necessidade de reparos.

Pesquisa da GIPA (Grupamento Interprofissional do Automóvel) apontou uma pequena redução da quilometragem anual percorrida.

O motorista brasileiro rodou em média 12.536 km, em 2009, contra 13.033 km, em 2008. E está cuidando melhor do carro: 54% dos veículos com cinco anos de uso, em 2010, passaram por revisões preventivas (trocas de óleo, filtros e pequenas intervenções), enquanto em 2005 o índice era de 44%.

A procura por manutenção aumentaria se a inspeção de segurança veicular, prevista em lei, já tivesse sido implantada.

Embora convidada para participar do congresso, a Controlar, responsável pela inspeção ambiental na capital paulista, não apareceu.

Houve atritos no ano passado entre a empresa e reparadores, deixando os motoristas sem ter a quem reclamar em casos de reprovação sem explicações.

RODA VIVA – APENAS um dos dez modelos inéditos que a GM planeja lançar este ano e no próximo é importado.

Significa não contar as novas gerações do Omega e do Malibu. Nesse caso, sobram algumas hipóteses.

O Sonic (Aveo) ou o Spark, este já vendido na Argentina, inclusive a nova geração. O primeiro tem mais chances por concorrer diretamente com o New Fiesta.

MERCEDES-BENZ C250 CGI BlueEfficiency (R$ 180.000,00) é projetado para conciliar desempenho e consumo de combustível.

Ajustes mecânicos, aerodinâmicos e pneus de baixo atrito de rolagem garantem até 12% de economia, segundo a fábrica.

Mas quem dispõe de motor turbo de 1,8 litro com 204 cv e 31,6 kgf.m sob o pé direito, talvez pense pouco nisso.

ESTUDO do Sindipeças aponta que a frota real brasileira atingiu 32,5 milhões de veículos e 10,6 milhões de motocicletas ao final de 2010.

Pela primeira vez o índice de motorização do País (sem incluir motos) caiu abaixo de 6 habitantes/veículo (exatos 5,9 h/v). Ainda muito longe da faixa entre 1,2 e 2 h/v dos países centrais. No México, menos de 5 h/v.

FROTA cresceu 8,4% em 2010 sobre 2009. Idade média dos veículos baixou de 8 anos e 10 meses para 8 anos e 8 meses.

EUA e Japão apresentam números semelhantes, porém 4% do total – 1,3 milhão de unidades – tem mais de 20 anos de uso, percentual alto para padrões internacionais. Em 2015 o estudo estima 46,5 milhões de veículos e 15,5 milhões de motos.

ENTRE as explicações para o aumento das vendas e da frota está um pormenor esquecido. Entre 2007 e 2010, o preço praticado – diferente da tabela, em geral maior – subiu apenas 1% na média. Em termos reais, portanto, os preços caíram.

Aumento de renda e taxas de juros sem grandes variações também respondem pela rápida expansão.


fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon

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