Os efeitos das mudanças climáticas têm estimulado cada vez mais a priorização de ações e estratégias ambientalmente responsáveis e na indústria automotiva isso não é diferente. Um exemplo desta transição são os veículos elétricos que estão em plena ascensão.
Há também um esforço para se utilizar cada vez mais plástico reciclado na fabricação dos componentes dos carros e essa tem sido uma alternativa de grande valor para as companhias.
Segundo o levantamento “Monitoramento dos índices de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil”, do PICPlast em parceria com a MaxiQuim, a indústria automotiva consumiu em 2021 (dados mais recentes) 47 mil toneladas de resinas plásticas pós-consumo (recicladas).
Os destaques são as peças de reposição, como para-choques 27 mil toneladas (PP PCR – polipropileno reciclado), peças de segunda linha, reposição e embalagem de peças que usam resina PS PCR – poliestireno reciclado e/ou PVC reciclado, consomem aproximadamente 2 mil toneladas.
Os plásticos oferecem versatilidade no design dos projetos e custos mais baixos e por isso é cada vez mais forte a tendência de usá-los em sua forma reciclada. Nos últimos anos, a tecnologia ajudou muito na evolução da fabricação de peças com plástico reciclado.
Em 2018, a Ford anunciou que cada um de seus veículos iria conter 250 garrafas de plástico reciclado, o que representa o reaproveitamento de 1,2 bilhão de garrafas por ano.
De acordo com Simone Carvalho, integrante do comitê técnico do PICPlast, a utilização de plástico reciclado como matéria-prima em veículos novos é uma forma de reduzir a pegada de carbono de um automóvel ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde a produção das matérias-primas e componentes, passando pela sua fase de utilização ativa, até à sua reciclagem.
“A indústria tem evoluído na recuperação de plásticos automotivos que requer alguns desafios técnicos, econômicos e regulatórios. Plásticos resistentes e leves podem ajudar a melhorar a eficiência do automóvel. Mas para uma aceitação bem-sucedida na indústria automobilística, todos os materiais e componentes reciclados devem, obviamente, atender a requisitos de alta qualidade e especificações técnicas, além de terem um preço viável”, explica Simone.