Pedro Muffato, ícone do automobilismo brasileiro, encerrou sua gloriosa carreira de 59 anos nas pistas com uma vitória emocionante na quarta etapa da Fórmula Truck em Cascavel (PR), neste domingo (18), marcando sua despedida com chave de ouro e o lugar mais alto do pódio.
Após 59 anos dedicados às pistas, o lendário piloto Pedro Muffato se despediu oficialmente do automobilismo neste fim de semana, na quarta etapa da temporada 2025 da Fórmula Truck, realizada em Cascavel (PR). Aos 84 anos, Muffato não apenas se despediu, mas o fez de forma espetacular, cruzando a linha de chegada em primeiro lugar a bordo de seu caminhão da equipe Muffatão/Energy, em uma corrida repleta de reviravoltas. “Eu jamais esperava ganhar essa corrida, porque tem muito piloto andando forte. Mas o nosso caminhão estava muito bom, graças ao trabalho da nossa equipe”, declarou o emocionado piloto após a vitória, agradecendo à torcida e à família.
A pista de Cascavel, palco dessa despedida memorável, tem uma conexão profunda com a trajetória de Pedro Muffato. Foi na Capital do Oeste Paranaense que ele iniciou sua vida no cockpit em 1966, na cidade onde, inclusive, já atuou como prefeito. Essa fusão entre a história do piloto e a do automobilismo nacional adiciona ainda mais simbolismo à sua última corrida.
Em 2023, ele conquistou o campeonato da Fórmula Truck e, em 2024, foi vice-campeão, disputando o título até a última etapa. A emoção da torcida, da família e dos amigos presentes no Autódromo Internacional Zilmar Beux de Cascavel tornou a despedida ainda mais especial e inesquecível.
Antes da largada, Gilberto Hidalgo, mandatário da categoria, fez questão de homenagear Pedro Muffato, agradecendo sua inestimável contribuição à Fórmula Truck. “Seu Pedro foi fundamental para a categoria chegar aonde está hoje. Foi com sua ajuda e sabedoria, desde o tempo da gestão do Aurélio Félix até hoje, que conseguimos atravessar momentos difíceis. Tenha sempre o nosso muito obrigado, de coração”, disse Hidalgo, ressaltando a importância do piloto para a história da competição.
A corrida foi caracterizada por disputas intensas e pela notável constância de Muffato. Largando em sexto lugar, ele conseguiu uma excelente arrancada logo no início da prova, alcançando a quarta posição ainda na primeira volta. Com os caminhões andando muito próximos, os equipamentos foram sendo exigidos ao extremo. O intenso calor da pista no Oeste do Paraná fez com que muitas máquinas apresentassem problemas, resultando em várias interrupções com bandeira amarela.
Em uma das relargadas, Muffato se manteve na quarta posição, enquanto Rafael Fleck, que liderava, teve que ir para os boxes devido a problemas mecânicos. Com isso, Túlio Bendo assumiu a liderança, e Pedro Muffato, acelerando forte, já estava na segunda colocação, defendendo-se bravamente de Taio Agostini. O ritmo extenuante da corrida também cobrou seu preço de Túlio Bendo, que acabou abandonando a prova.
Com a saída de Bendo, Muffato e Agostini travaram uma disputa acirrada pela liderança por algumas voltas. Contudo, Taio Agostini perdeu rendimento no final da prova. A menos de três minutos para o fim, Agostini perdeu o controle do caminhão. Melhor para Pedro Muffato, que conseguiu administrar seu equipamento com maestria, cruzando a linha de chegada em primeiro lugar. Essa vitória histórica sacramenta sua despedida e assina, pela última vez, o livro dos grandes campeões do automobilismo nacional.
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Cockpit – Cabine de pilotagem de um veículo de corrida, onde o piloto se senta para controlar a máquina.
Ícone do automobilismo nacional – Termo usado para descrever uma figura lendária e altamente respeitada no esporte a motor de um país.
Bandeira amarela – Sinalização em corridas que indica perigo na pista, exigindo que os pilotos reduzam a velocidade e proíbe ultrapassagens.
