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Intraempreendedorismo na Mercedes-Benz

Na era das startups, de inovação e mudanças no mercado tradicional, é comum ligarmos ideias disruptivas à novos modelos de negócio e unicórnios.

Nessa constante corrida, empresas tradicionais têm visto a oportunidade – e necessidade – de se reinventar, e para isso, têm olhado cada vez mais para dentro: para seus colaboradores e para a sua própria história.

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A Mercedes-Benz é um exemplo disso. Fundada em 1886 por Karl Benz e Gottlieb Daimler, que criaram o primeiro automóvel motorizado da história, hoje é uma referência no que se trata de inovação e uma das líderes no setor automotivo.

Mesmo em uma posição privilegiada, a companhia enxergou a oportunidade de inovar não apenas em sua área de P&D, mas também em setores que parecem a princípio inflexíveis para mudanças.

Em 2018, a empresa realizou no Brasil a ‘Incubadora’, um programa de intraempreendedorismo com o objetivo de motivar seus próprios colaboradores a pensar em novas soluções para otimizar processos internos e melhorar a experiência de seus clientes.

Desde então, duas edições aconteceram: a Mercedes-Benz recebeu mais de 200 ideias de grupos formados por colaboradores de diferentes áreas e vem acumulando cases de sucesso entre os participantes, que têm a oportunidade de apresentar suas ideias perante o board da empresa, incluindo o próprio presidente.

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Para a implementação da Incubadora, a empresa conta com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, responsável pela concepção e gestão do projeto, e com a Troposlab, aceleradora especializada em programas de inovação corporativos.

“É transformador poder acompanhar estes projetos tomarem vida. Os intraempreendedores são pessoas que às vezes estão em atividades operacionais, mas com grande capacidade criativa e entusiasmados para resolver problemas. Quando uma empresa se abre ao intraempreendedorismo, dá voz e ferramentas para que seus colaboradores sejam agentes da mudança”, comenta Hannah Bremberger, coordenadora dos programas de intraempreendedorismo da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.

Um exemplo dos frutos dessa iniciativa foi a criação e lançamento do aplicativo Liga na Estrada, que por meio de gamification estimula a melhoria da performance dos motoristas de caminhões, reduzindo os custos e a emissão de CO², e ao mesmo tempo, fidelizando clientes.

Recentemente, o projeto foi lançado na FENATRAN, Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, um dos maiores eventos do setor.
“Foi muito enriquecedor para todos nós poder participar da Incubadora. Todo o suporte concedido pela Câmara, pela Troposlab e pela Mercedes-Benz foi fundamental para nossa evolução e aprendizado dentro e fora do programa”, comenta uma das integrantes do grupo.

A Câmara Brasil-Alemanha e a Troposlab também puderam contribuir para a iniciativa ‘Mentes Brilhantes’, lançada em 2019 pela Continental, fabricante de pneus e peças automotivas alemã. Em sua edição inicial, a empresa acelerou 4 ideias.

“Nossa experiência desde 2012 fazendo programas desse tipo demonstra o quão importantes eles são no desenvolvimento da cultura de inovação nas empresas, já que despertam e estimulam o comportamento empreendedor dos colaboradores para além do período de duração do programa”, relata Pedro Teixeira, cofundador e diretor de aceleração da Troposlab.

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O programa ‘Mentes Brilhantes’ teve o objetivo de estimular o empreendedorismo nos funcionários da empresa.

Por meio de um treinamento no estilo de aceleração de startups, equipes foram selecionadas para terem acesso a ferramentas de validação de ideias e de desenvolvimento de negócios.

Um caso interessante foi a condução de um projeto para simplificar a emissão das notas fiscais da empresa.

O grupo multidisciplinar, incluindo colaboradores das áreas logística, financeira, TI e compras, trabalhou em uma solução integrada para simplificar as etapas de aprovação, dando mais autonomia, transparência e confiabilidade das informações aos solicitantes.

As equipes recebem mentoria em conceitos de empreendedorismo, gestão de projetos e estruturação de business case, e são estimuladas a desenvolverem MVPs (mínimos produtos viáveis) dentro do programa.

Na prática, significa buscar parcerias dentro e fora da empresa para viabilizar a implementação das ideias em escala piloto, de forma que seja possível avançar nas validações de forma mais rápida, coletando feedbacks dos colegas envolvidos e buscando alternativas para as barreiras encontradas em um curto espaço de tempo – os programas de aceleração duram de 2 a 3 meses.
“É interessante perceber que programas para estimular a capacidade criativa e de empreendedorismo dos funcionários não estão limitados às matrizes dessas empresas, mas também chegam ao Brasil. Vimos casos muito interessantes como os da BASF ou Robert Bosch, que criou o “Grow” para oferecer toda uma infraestrutura e de tempo dedicado para desenvolvimento das ideias de seus funcionários. Os resultados que alcançamos aqui no Brasil são muito bem recebidos globalmente – o brasileiro é em geral criativo e gosta de ser protagonista em sua empresa”, comenta Bruno Zarpellon, diretor de inovação e tecnologia da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.

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