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Sob pressão

Domingo ensolarado, estrada livre, você dirige relaxado seu carro, levando a família rumo a um alegre churrasco com amigos no sítio. De repente, não mais que de repente, pssssss! Um pneu dianteiro se esvazia na curva e o automóvel passa a puxar sensivelmente a direção rumo ao acostamento. Por sorte não há nenhum veículo ao lado e você consegue parar em segurança. Ufa, ainda bem que foi só um sustoEsse tipo de surpresa desagradável está prestes a acabar de vez. A Renault francesa vem trabalhando com a Michelin em um sistema de monitoramento da perda de pressão dos pneus para uso em automóveis de série (ônibus e caminhões já dispõem de recursos semelhantes há anos). Previsto para lançamento no próximo ano, o equipamento avisa imediatamente o motorista sobre a irregularidade. Pode prevenir contra situações de risco de acidente e vir a salvar vidas.A procura por um método eficiente de se antecipar a um estouro de pneu sempre movimentou muito as empresas ligadas ao setor. Porsche e BMW estão entre as primeiras a testá-los, juntamente com a Dunlop. Muitas instalaram algum tipo de transmissor nas rodas.A proposta da BMW, vista primeiramente no fim dos anos 80, usa um sistema indutivo montado em cada caixa de roda para gerar corrente elétrica em minúsculos transmissores instalados em cada roda, a qualquer rotação. Mesmo no mais rápido dos momentos, o transmissor tem tempo para energizar-se e enviar os dados de pressão para a unidade central de processamento. Trata-se de uma hábil abordagem para um delicado problema.Mas um sistema ainda mais sofisticado foi apresentado pela Dunlop à mesma época. Ele é composto por um programa que compara a velocidade de rotação de cada roda individualmente, por meio de dados colhidos diretamente do sistema antitravamento (ABS) do veículo.O método desenvolvido por Renault e Michelin retoma a idéia do pequeno transmissor usado pela BMW – embora a equipe responsável pelo sistema assegure que ele é muito mais preciso que o modelo alemão, pois reage com maior sensibilidade à queda de pressão abaixo do limite mínimo e analisa cada tipo de esvaziamento. Agregado às válvulas dos pneus, cada transmissor tem “identidade própria” e é alimentado por uma microbateria. Há três níveis de aviso: a luz alaranjada diz ao motorista que a pressão está baixa, a vermelha indica pressão muito baixa e duas luzes vermelhas advertem que o pneu está furado. Há ainda a possibilidade de incorporar uma advertência por voz sintetizada. Ao contrário do sistema da Dunlop, o modelo da Renault/Michelin funciona mesmo com o veículo imóvel. As válvulas especiais pesam 35 gramas. Como o item normal tem apenas 7 gramas, é necessário rebalancear as rodas com o uso de contrapesos. Embora as válvulas transmissoras se encaixem em praticamente todos os tipos de roda atuais, o sistema só será disponível quando montado de fábrica como equipamento original, a fim de que nenhum custo adicional seja percebido pelo usuário. Ele necessita ser integrado aos demais itens eletrônicos do carro, além de prescindir do acréscimo de um pequeno painel. Os veículos Renault serão, claro, os primeiros a incorporar o sistema, a começar pelos modelos mais caros como o Safrane. Mais adiante, a Michelin estará liberada para vender a nova tecnologia a quem desejar comprá-la.

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