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Mecânicos escolhem as melhores montadoras e veículos

General Motors se consolida como a marca mais indicada pelos profissionais de reparação; Fiat ultrapassa VW e fica em segundo lugar.

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Pelo segundo ano consecutivo a GM foi a montadora preferida e a mais recomendada pelos mecânicos brasileiros, com um baixíssimo índice de rejeição.

A Fiat, que sofreu grande rejeição nas pesquisas anteriores, surpreendeu ficando como a segunda montadora mais indicada.

Já a Volkswagen, que nas três primeiras edições da pesquisa ficava em primeiro lugar, desceu para a terceira posição.

Estas são algumas das conclusões da quinta edição do estudo Montadoras e Veículos – Recomendação Profissional, que aponta as melhores montadoras e veículos do País do ponto de vista do mecânico independente.

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Realizado anualmente pela CINAU – Central de Inteligência Automotiva -, instituto de pesquisa especializado no setor de reparação automotiva e ligado ao jornal Oficina Brasil, esse é o único estudo do gênero feito no Brasil. Cerca de mil mecânicos de todo o País responderam à pesquisa.

“Esta pesquisa demonstra, na prática, como é importante as montadoras prestarem atenção na opinião dos mecânicos independentes pois, diferente dos concessionários de marca, eles são completamente isentos”, declara Cássio Hervé, diretor da Cinau.

De acordo com o executivo o nível técnico desses profissionais também evoluiu substancialmente nos últimos anos.

“O universo de nossa pesquisa contempla mecânicos que lidam com veículos sofisticados e possuem oficinas bem equipadas”

Outro ponto destacado por Hervé está fundamentado em estatísticas.

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“Não há como negar a grande influência dos mecânicos independentes no momento da escolha por uma ou outra marca, afinal esses profissionais são responsáveis por mais de 70% dos reparos executados na frota brasileira de veículos”.

De acordo com a equipe da Cinau, o objetivo da criação desta pesquisa, há cinco anos, foi avaliar – de forma científica – uma realidade informalmente constatada no dia-a-dia do brasileiro.

Trata-se daquela conhecida “dica” que o mecânico dá a seus clientes que estão interessados em trocar o carro usado por um zero quilômetro.

A pesquisa ganha ainda mais relevância se considerarmos que os 70% dos proprietários que fazem a manutenção de seus veículos nas oficinas de confiança após o período da garantia representam um contingente de 15 milhões de pessoas.

“A pesquisa revela que a maioria dessas pessoas tem na figura do seu mecânico de confiança seu conselheiro técnico e que a opinião desses profissionais faz grande diferença na hora da compra”.

Os responsáveis pela pesquisa acreditam que o fato da mesma estar em sua quinta edição tem auxiliado na consolidação da importância deste trabalho para todo o segmento automotivo.

“É cada vez mais evidente a associação do desempenho de vendas de veículos com os resultados da pesquisa”, diz Hervé.

Em função da dinâmica particular do mercado automotivo brasileiro é que a Cinau decidiu iniciar o estudo que culminou na criação do fator RO (Recomendação da Oficina).

Pela teoria desenvolvida pelo instituto, a opinião do reparador independente sobre marcas e modelos de veículos influencia de forma positiva (quando for recomendado) ou negativa (quando não-recomendado), as vendas de automóveis.

A simples soma destes dois índices percentuais compõe este novo fator influenciador da venda de veículos no País.

É claro que o fator RO não é o único influenciador de vendas, muitos outros estão em jogo no conjunto e fazem parte do espectro de ações das montadoras para ganhar espaço.

Para o grupo de pesquisadores da CINAU o verdadeiro “campo de provas” dos automóveis são as ruas e estradas deste País e os profissionais que acompanham, de perto, o desempenho e desafios de manutenção são os mecânicos independentes.

“Nada melhor do que ouvir estes profissionais para saber como as máquinas se comportam na sua utilização real”.

Um novo aspecto evidenciado pela mais recente edição da pesquisa envolve aspectos da “psicologia” do mecânico, no momento em que age como consultor do cliente: “Quando se trata de recomendar , os reparadores se comportam de maneira mais parcimoniosa. As justificativas são um misto entre a visão crítica e imparcial do profissional e o sentimento de apaixonado por carros. Porém quando a questão é não recomendar, ele é implacável. Os argumentos e justificativas são extremamente racionais, secos, diretos e técnicos”, esclarece Alexandre Carneiro, estatístico responsável pela Pesquisa.

Foi observado que o papel do mecânico de confiança é ainda mais complexo na hora de aconselhar o dono do carro: “Ele salta do mero aspecto de dar uma opinião técnica e profissional e avança como um articulador de projetos, opinando sobre o que é melhor, sobre o que trará melhor relação custo/benefício ao seu cliente.

Ele se mostra um cúmplice de seu cliente e não apenas um “consultor”.

Ele se mostra assim, não apenas alguém que faz um comentário esse ou aquele carro ou montadora, mas um elaborador e construtor de pensamento, um verdadeiro formador de opinião na realização do projeto de seu cliente” finaliza Carneiro.

Resultados por montadoras – General Motors – A montadora consolidou-se como a preferida dos mecânicos e é disparada a mais recomendada.

Chama a atenção o baixíssimo índice de rejeição ainda mais quando se leva em consideração o tamanho da frota Chevrolet na reparação independente.

No entanto, três modelos da montadora são reprovados: a picape Corsa, o Omega com motor 3.0 e 4.1 litros e a S10 a gasolina (motor 2.2).

Já os modelos mais indicados e que jogam o RO para cima são: o Corsa 1.0 litro, o Celta 1.4 litro e o Vectra.

“O crescimento da GM, e também da Fiat, deve-se à junção de vários fatores que vêm favorecendo a imagem da marca junto aos mecânicos: disponibilidade de peças, qualidade do carro, facilidade de manutenção e acesso à informação técnica sobre os seus veículos”, diz Hervé.

Fiat – Depois de amargar o maior índice de rejeição já registrado no estudo do RO, a marca Italiana começou a experimentar um constante e consistente movimento de diminuição da não recomendação e aumento da recomendação. No entanto, na pesquisa deste ano, a tendência de recomendação acelerou-se colocando a montadora como a segunda mais recomendada, numa “ultrapassagem histórica” da VW.

Não fosse os modelos que enfrentaram alta rejeição como: Tipo, Marea 2.4 litros e 2.0 litros turbo, e o “velho” Tempra a montadora Italiana estaria em melhor posição ainda.

Em contrapartida, a nova família Palio é reconhecida como uma boa compra, assim como quase todos os modelos do Uno.

Destaque também para o Stilo é também muito bem cotado pelos mecânicos profissionais.

Volkswagen – A queda do RO do fabricante junto aos reparadores independentes foi a maior já enfrentada pela montadora alemã atingindo mais 12 pontos percentuais.

Na verdade houve uma grande diminuição da indicação (mais de 14 pontos) enquanto a não recomendação caiu um pouco. Quem segura sozinho a terceira posição da montadora é seu modelo mais antigo, o Gol.

O automóvel que foi líder de vendas durante 22 anos continua sendo o preferido de muitos reparadores. Porém há uma ressalva: Os modelos 1.0 litro equipados com 16 válvulas são considerados uma má escolha pelos mecânicos.

Isso fica mais reforçado quando a Volkswagen é apontada como a melhor pelos mecânicos na categoria de automóveis equipados com motor de até 1.900 cm ³.

Ford – A marca americana continua apresentando RO negativo, experimentando um acréscimo de rejeição de oito pontos percentuais. Encabeçam a lista das reprovações da Ford: os modelos Fiesta, Ka, Escort, Ranger e Courier.

Já o índice de indicação da marca pelos reparadores subiu de 4,5% para 6,1%. Um modelo que é bem aceito pelo setor é a picape F250. O utilitário teve o melhor índice de recomendação na categoria picapes pesadas, assim como a marca também.

Toyota e Honda – Os índices, ainda que não muito representativos, mas indicam que o Corolla já está começando a chegar em peso na oficina independente. Aparentemente a receptividade inicial dos mecânicos em relação a este modelo é boa.

O mesmo pode se dizer em relação a Honda e seus Civic e Fit. Tanto uma quanto a outra (montadora) vêm consolidando um patrimônio positivo junto aos reparadores.

É importante acompanhar o desenvolvimento do RO à medida que a frota das montadoras japonesas for aumentando (o que deve acontecer numa escala mais acelerada daqui para a frente) na reparação independente, o que será fundamental para a consolidação da imagem das montadoras novatas e seus produtos no mercado brasileiro.

Renault – A empresa francesa precisa ficar atenta, pois seu RO experimenta uma negatividade excessiva (não é a maior em números absoluto pois perde para a FORD), no entanto se considerarmos sua frota pequena em comparação as outras.

Entre as queixas dos reparadores está a falta de peças e informações técnicas e dificuldade de manutenção de seus veículos.

Peugeot – A marca do “leão” é a segunda mais rejeitada pelos reparadores independentes entre as francesas.

Apesar do sucesso de vendas do 206, a Peugeot apresenta manutenção complicada do ponto-de-vista dos reparadores. O índice de rejeição chegou perto dos 10 pontos negativos e o de indicação não atingiu um ponto.

É válido ressaltar que a Peugeot compartilha plataforma, componentes e motores com a Citroën por meio do grupo PSA.

O caso da Peugeot é outro que merece atenção, pois comparativamente ao tamanho da frota que circula nas oficinas independentes o índice de rejeição é muito alto e tende a bater recordes à medida que mais carros chegarem aos estabelecimentos de reparação.

Citroën – É a marca que registra a menor rejeição entre o grupo francês, porém é que possui a menor frota das três, o que pode explicar tal posição.

Um estudo mais aprofundado do comportamento da marca, principalmente em pesquisas futuras vai mostrar se a menor rejeição da marca é em função de sua frota pequena ou de características dos modelos e imagem da marca.

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