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Eletrônica toma espaço da mecânica no carro

Novos equipamentos eliminam cabos de aço, tubulações de óleo e botões de comando

Eletrônica e eletricidade pouco a pouco estão ocupando espaços que antes eram exclusivos da mecânica. Quem produz cabo de aço para acelerador, por exemplo, pode ir pensando em fazer outra coisa. Alguns modelos em produção, como os BMW e Mercedes mais caros, já utilizam aceleradores por fios. Nesses carros, quando acelera, o motorista está acionando um potenciômetro, equipamento elétrico que elimina a conexão mecânica entre o pé do motorista e o motor. Essa tecnologia também já chegou aos motores diesel mais modernos, como o da picape Dodge Dakota e do FIAT Palio.

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Tudo por fio

A eletricidade também poderá dentro de pouco tempo controlar frenagem e direção, banindo aquelas velhas tubulações por onde correm óleos. Outra tendência: num futuro não muito distante, motoristas vão mudar de estação, ajustar a temperatura do ar-condicionado, fazer uma ligação telefônica e enviar e-mail sem soltar o volante e sem desviar os olhos do caminho. Tudo por comandos de voz.
Mais? Para 2002 ou 2003, a fabricante de sistemas automotivos Visteon prepara um sistema de faróis com facho que acompanha os movimentos do volante. O recurso já foi tentado no passado, mas não nesse nível: no novo projeto, o ângulo fecha para o centro da pista quando a velocidade aumenta e abre quando ela é reduzida.

Painel reconfigurável

Freio elétrico – É o desenvolvimento de carros movidos a propulsão elétrica – alimentados por baterias ou por células de combustível – que está forçando os fabricantes a desenvolver componentes adequados à nova tecnologia.

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Um dos sinais dessa evolução está no carro elétrico EV1, lançado nos EUA pela General Motors há dois anos. Como os freios convencionais (hidrovácuo) utilizam o vácuo do motor para o funcionamento, esse sistema pode ficar obsoleto assim que o motor a explosão entrar em declínio. Por isso, no EV1 os freios já são elétricos.
Mercedes Classe A, Renault Clio e Chevrolet Astra são três dos carros que já trocaram a direção hidráulica convencional pelo sistema eletro-hidráulico. Assim, em vez de utilizar uma bomba de óleo conectada ao motor para diminuir o esforço do motorista, um pequeno motor elétrico acoplado à bomba faz o serviço. As vantagens: eliminam-se as mangueiras e o óleo do sistema hidráulico e economiza-se potência do motor.
Cochilo – O carro inteligente sabe até quando seu condutor está cochilando: por meio de uma câmara que reconhece a posição ideal de dirigir, um sistema em desenvolvimento emite sinal sonoro se perceber que o motorista está relaxando ao volante.
Mais: já é possível duplicar ou até triplicar o intervalo de troca de óleo, por meio do sensor que monitora condições como nível, temperatura e presença de líquidos indesejáveis no cárter, como água e glicol.
Há novidades também no sistema de refrigeração do motor: em parceria com a DuPont, a Visteon promete para 2005 um radiador de náilon, mais leve, menor e mais resistente que os atuais, de alumínio. O problema a ser contornado é que esse material é um mau trocador de calor.
Por causa da demanda crescente por energia elétrica em automóveis, a Delphi desenvolveu também um gerador capaz de fornecer potência extra. A empresa trabalha também numa bateria com garantia de partida, mesmo que a carga esteja baixa. Além disso, corta a alimentação em caso de acidente, tem proteção contra curto-circuito e pode ter a polaridade invertida.

Painel reconfigurável

O painel está mudando. A Visteon desenvolve um reconfigurável, que permite escolha entre mostrador analógico e digital e mudança de posição: o conta-giros, por exemplo, poderá sair de um lado para o outro. Pedais de freio e acelerador poderão s er substituídos por comandos em qualquer lugar. O volante poderá passar para qualquer lado (como nesta foto da Delphi), de acordo com o país.
Tudo por fio
A Delphi vem fazendo várias experiências em busca do que pode vir a ser o carro do futuro. Uma delas resultou no projeto X-By- Wire. No carro “por fio”, a eletrô nica acelera, freia, vira a direção e ainda é capaz de evitar capotamentos, manter distância do carro à frente e monitorar a qualidade do óleo do motor, por exemplo. No sistema de freio elétrico (Brake-By-Wire), sensores analisam a força que o motorista faz no pedal e aplicam a pressão correta em cada roda, para reduzir a distância de frenagem.
A empresa também desenvolve um sistema de freios que elimina os canos para o fluido. Quando o motorista freia, aciona um circuito elétrico que aciona as pinças do freio. Segundo a Delphi, o sistema traz vários benefícios, como redução de peso, menor tempo de montagem e economia de espaço sob o capô, permitindo que a linha da carroceria possa ser mais rebaixada.

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