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50 anos do primeiro carro autônomo: de projeto ousado para maior tendência no mercado automotivo

Há exatamente 50 anos, em 1968, a Continental já realizava um trabalho inovador dentro do universo automobilístico.

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Naquele ano, a empresa fez funcionar o primeiro carro sem motorista, controlado eletronicamente, na pista de testes Contidrom, em Jeversen, na Alemanha.

Mais de 400 jornais, revistas e emissoras de rádio repercutiram o evento, com manchetes como “O futuro está aqui”, enquanto o público presente se mostrava espantado com a novidade.

Mesmo que o automóvel fosse destinado apenas para realizar testes de precisão e qualidade dos pneus, a invenção expandiu limites do mercado, abriu novos caminhos para o futuro, além de influenciar diretamente nos estudos e novas invenções dos dias de hoje.

Em um Mercedes-Benz 250 Automatic, os engenheiros instalaram diversos componentes, incluindo um dispositivo de direção e regulador de aceleração, ambos eletromecânicos, e um sistema de rádio para o envio de relatórios de medição.

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Por meio de um fio na superfície da pista, o sistema eletrônico utilizou sensores para verificar a direção do carro, ajustando sua ignição de acordo com as curvas.

O veículo de teste sem motorista foi desenvolvido para a Continental em parceria com a Siemens, Westinghouse e pesquisadores de universidades alemãs.

O controle eletrônico, sem a influência humana direta, garantia um aumento considerável na precisão dos testes e medições.

Desta forma, enviando apenas sinais para o veículo frear, acelerar ou acionar a buzina, os testes indicavam que a Contidrom, que havia sido inaugurada um ano antes, em 1967, estava sendo usada com sua capacidade total pela primeira vez.

Além disso, a precisão dos processos possibilitou seu desenvolvimento e novas tecnologias aplicadas na produção dos pneus.

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Antes, as avaliações eram completamente subjetivas e não possuíam a mesma eficiência.

Durante o desenvolvimento do projeto, os engenheiros da Continental puderam viver experiências memoráveis na época, onde trabalharam na vanguarda de uma tecnologia que, atualmente, se tornou uma das maiores tendências do setor automotivo.

Segundo Hans-Jürgen Meyer, um dos integrantes da equipe que trabalhava no projeto, houve uma fase piloto, na qual o objetivo era fazer o carro funcionar durante a noite.

“Eu passava toda a madrugada na cabine de comando, vendo os faróis do carro aparecendo e desaparecendo. Em algum momento, eles simplesmente sumiam, o que significava que ele havia perdido o controle”, conta. Desde o início do trabalho, o foco principal do projeto era segurança em casos de acidente.

Ainda segundo Meyer, o automóvel era como um brinquedo para a equipe, pois todos se divertiam e estavam fascinados com aquela invenção.

“Para funcionários como nós, o carro até poderia parecer algo comum, mas realmente era um projeto muito interessante e incrível. Para os visitantes de todo o mundo, essa sensação se multiplicava, e eles puderam ver que a Continental estava fazendo algo verdadeiramente extraordinário”, comenta. Em inúmeros eventos, entre 1968 e 1974, o e-car sem motorista foi uma das principais atrações para os visitantes do Contidrom.

Dias de hoje- O objetivo da Continental é desenvolver equipamentos de mobilidade automatizada que diminuam ao máximo o risco de acidentes.

Por isso, a empresa trabalha para criar dispositivos de direção modernos e inovadores, capazes de permitir uma condução automática e que estejam disponíveis para fabricação até 2025.

Isso pode possibilitar que os motoristas direcionem sua atenção para outras atividades durante o trajeto, além de torná-lo mais prático e seguro.

A Continental também é entusiasta desta possibilidade e acredita na criação de um sistema de direção totalmente autônoma no futuro.

A empresa também está testando componentes e sistemas para robôs-taxistas, que atuam sem motoristas, por meio da plataforma CUbE (Urban Mobility Experience).

Ao mesmo tempo, busca conceitos de desenvolvimento de sistemas para veículos de frotas autônomas.

Entretanto, este projeto visa um futuro mais distante, onde, se concretizado, será possível formar um conjunto numeroso de veículos autônomos com vários tamanhos e configurações, movidos a eletricidade.

Kurt Lehmann, diretor de tecnologia corporativa da Continental, afirma que criatividade e pioneirismo estão no DNA da Continental.

“Hoje, trabalhamos para atender às demandas do futuro da mobilidade, da mesma forma que fazíamos há 50 anos. Enquanto o campo magnético de um fio era responsável pela navegação do carro no Contidrom, agora usamos computadores de bordo, navegação por satélite e sistemas avançados de assistência ao motorista. Naquela época, um único computador principal reunia os resultados produzidos, mas agora ligamos inúmeros carros diretamente pela Internet” afirma.

Crescimento considerável-Naquela época, mais de mil desenvolvedores trabalhavam para criar novos compostos de borracha e projetos de pneus.

Atualmente, cerca de 1.300 engenheiros atuam somente em uma das plantas da Alemanha, por exemplo.

Em todas as fábricas espalhadas pelo mundo, 44 mil colaboradores atuam somente para desenvolver novos projetos e estão diretamente envolvidos na área de pesquisa e desenvolvimento.

Contidrom: o berço do projeto-Localizada em Jeversen, na Alemanha, a planta abriga uma pista com um formato oval e 2,8 km de percurso destinado para alta velocidade.

Ela foi inaugurada em 1967 e, após este período, outras pistas para testes em piso molhado e seco foram criadas conforme as instalações foram sendo atualizadas.

Desde 2012, o AIBA (Automated Indoor Braking Analyzer) possibilita a realização de testes automatizados, independente do clima.

Desde sua inauguração, mais de 1,3 milhão de pneus já foram testados no local.

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