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40 Hp de muita emoção

No final da década de 50, houve uma revolução no Brasil. Sem armas e violência, o movimento da Bossa Nova surgiu e revelou ao país um ritmo melódico e extremamente intimista. As músicas românticas e carregadas de sentimento cantavam o amor de uma forma única

(*) Renato Bellote Gomes

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O Rio de Janeiro, particularmente, foi o paraíso escolhido pelos compositores. Copacabana – a princesinha do mar – ficou imortalizada pela voz aveludada de Dick Farney. Por outro lado, a Garota de Ipanema parava o trânsito com seu “doce balanço a caminho do mar”.

Nessa mesma época, um francês chegava ao mercado brasileiro. Pequeno, com quatro portas e estilo de sobra, o Dauphine vinha disputar terreno com Fusca e DKW. A Willys lançou o modelo em 1959, sob licença da Renault.

Um carrinho interessante. O pequeno motor de 845 cm³ – refrigerado a água – desenvolvia 26 cavalos de potência, enquanto que o câmbio tinha três marchas.

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Trazia ainda algumas novidades que a indústria só utilizaria anos mais tarde, como, por exemplo, o acesso prático ao estepe, através de um mecanismo localizado no porta-malas, na dianteira do carro.

A economia de combustível e autonomia também foram dois de seus pontos fortes. Chegava a percorrer 15 quilômetros com um litro de gasolina.

A suspensão independente – chamada de Aerostable – se caracterizava pela utilização de coxins de borracha, que endureciam de acordo com a carga do veículo.

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Na década de 60, a Bossa Nova parte para a conquista do mundo. Tom Jobim e Vinícius de Moraes formam a dupla de maior sucesso do gênero.

Em Nova York, foi realizado um festival, no prestigiado Carnegie Hall, além da gravação de versões por cantores consagrados.

No Brasil, o Gordini chegava para substituir seu irmão, em 1962. Trazia como novidades o câmbio de quatro marchas e maior potência do motor.

O propulsor – que não teve aumento de cilindrada – passou a desenvolver 40 cavalos de potência bruta – amplamente divulgados pela publicidade e título deste artigo – com uma velocidade final próxima dos 130 km/h.

Pode não parecer muito hoje em dia, mas, na época, deixou o Fusca comendo poeira.

O modelo teve, ainda, uma versão mais esportiva, chamada de 1093. Taxa de compressão mais alta no motor, carburador de corpo duplo, novo comando de válvulas e câmbio curto, além do conta-giros Jaeger instalado no painel foram seus diferenciais.

Apesar da aparência pacata, o carro se destacou nas pistas brasileiras. A imbatível equipe Willys deu preferência ao Interlagos, mas também utilizou vários Gordinis na disputa.

Uma das vitórias mais memoráveis teve como protagonistas Luiz Pereira Bueno e José Carlos Pace, que faturaram os 1.600 km de Interlagos, no ano de 1965.

Nos anos seguintes, o Gordini ganhou novas versões – II (1966), III (1967) e IV (1968) – sempre mantendo o mesmo estilo.

As modificações, entretanto, foram efetuadas em relação ao conforto e à segurança, como a nova suspensão traseira e opção de freios a disco.

Em março de 1968, se despedia do público, com mais de 70.000 unidades produzidas – incluindo o Dauphine – e um lugar garantido na história.

A própria Bossa Nova tomou outros rumos no final da década de 60, com a chegada de novos estilos musicais.

Mas a musa idealizada pelas canções é imortal e faz parte do imaginário masculino, seja ela a Garota de Ipanema ou a morena de “olhos verdinhos” Tereza da Praia.

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(*) Renato Bellote Gomes
(*) Renato Bellote Gomes, 26 anos, é bacharel em Direito e assina quatro colunas sobre antigomobilismo na internet.

O autor tem textos publicados em nove países de língua espanhola e é correspondente do site português Lusomotores

Conheça o blog Na garagem desenvolvido pelo Renato Bellote: http://nagaragem.blig.ig.com.br

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