Novo Chery Celer: primeiro modelo “chinês” fabricado no Brasil é justo no preço e nos equipamentos de série

O novo Chery Celer é o primeiro “chinês” made in Brasil. Fabricado na cidade de Jacareí, em São Paulo, ele é o resultado da primeira operação da Chery fora da China e a primeira empresa chinesa a se estabelecer na região.

O Celer não terá vida fácil pela frente, pois briga num dos segmentos mais disputados do mercado brasileiro, o dos compactos. Para isso o diferencial é oferecer preço competitivo e principalmente um bom pacote de itens de série, característica cada vez mais exigida pelo consumidor brasileiro, até mesmo no segmento de entrada.

E no preço ele já é agressivo. Por R$ 38.990,00 temos a versão hatchback e por e R$ 39.990,00 a versão sedã. Há ainda uma versão mais completa, chamada ACT que agrega faróis de neblina, alarme anti-furto, sistema Media Player e rodas de alumínio, acrescentando-se R$ 2.000 ao valor inicial dos modelos.

O Mecânica Online® foi até São Paulo e conferiu de perto as principais características do novo Celer. Partindo da versão básica, o bom pacote de itens se série segue a estratégia que o mercado espera: bem equipado! Ar-condicionado , airbag, computador de bordo, espelhos retrovisores com controle elétrico e faróis com ajuste também elétrico, direção hidráulica, freios ABS , sensor de estacionamento traseiro além de travas e vidros elétricos nas quatro portas. Confiando em sua produção, a Chery já oferece três anos de garantia de fábrica ao modelo.

O que podemos afirmar até agora é que o Novo Celer é um modelo justo, procurando surpreender o consumidor tanto no aspecto preço, como também no pacote de itens oferecidos. As boas impressões continuam ao entrar no veículo.

O acabamento brasileiro é superior ao oferecido anteriormente quando era importado. Observamos melhorias nas superfícies plásticas e nos encaixes das peças.

Facilidade de leitura dos instrumentos e design moderno são  muito bem recebidos no quadro de instrumentos. As funcionalidades do computador de bordo com dados do consumo, além da informação do nível de combustível, combinam com a versatilidade do sensor de estacionamento e seus aviso quando da proximidade de um obstáculo durante uma manobra. O acionamento é fácil e rapidamente o motorista está familiarizado com os comandos.

Os bancos tem um bom acabamento e são confortáveis, proporcionando um bom posicionamento ao motorista e passageiros. O espaço interno é bom, mesmo na parte traseira. O porta-malas oferece um bom volume de carga: 380 litros (hatch) e 450 litros (sedã). Um ponto alto na versão sedã é a abertura do porta malas do tipo “open up” que é feita de forma total em conjunto com o vidro traseiro o que permite , mesmo em um carro pequeno, acomodar grandes volumes. Os bancos são rebatíveis, o que aumenta consideravelmente a capacidade de carga.

O design em geral agrada muito, tem linhas modernas, destacando-se o design dos faróis com bloco elíptico na frente e aplicação de LEDs nas lanternas traseiras. Os para-choques envolventes dão ao carro uma aparência compacta e ao mesmo tempo robusta.

Primeiras impressões – O motor 1.5 litro 16 válvulas é bicombustível e produz 113 cavalos de potência quando abastecido com etanol e 109 cavalos de potência quando utilizamos gasolina, a 6.000 rotações por minuto. Já o torque máximo é de 152 Nm e 140 Nm (etanol/gasolina) a 4.000 rotações por minuto.

Assim como sua boa relação custo e benefícios, o desempenho é justo ao rodar na cidade ou mesmo na estrada. O torque máximo, que precisa de um ganho na rotação para ser produzido, solicita eventuais reduções de marchas para retomadas de velocidades mais agressivas, mas não chega a comprometer a dirigibilidade do veiculo.

A alavanca de câmbio, entretanto cria uma sensação de engates imprecisos pois aparenta ter muita folga entre as posições das marchas. Embora esta sensação seja transferida pela alavanca ao motorista, os engates na transmissão são precisos e curtos.

O ruído interno é um pouco alto, característica de veículos chineses, e poderia ser revisto pela Chery para o nosso mercado. O motor e a rolagem em asfalto irregular transmitem para dentro do habitáculo um certo desconforto sonoro, principalmente se comparados com outros veículos da mesma categoria.

A suspensão cumpre com o esperado para um carro de passeio, dianteira do tipo McPherson e semi-independente com braço oscilante longitudinal na traseira, dão uma boa estabilidade ao carro, mas não espere dele uma atitude esportiva. O carro parece calibrado para o conforto, pois absorve bem as irregularidades do piso, mas tem um limite baixo de rolagem lateral.

O freio tem características do mercado chinês, embora recalibrado para nossa região ainda passa ao motorista a sensação de “borrachudo” exigindo maior pressão do pedal para parar completamente o veículo. Os brasileiros estão acostumados com freios mais sensíveis ao toque de acionamento, que atuam mais rapidamente. O ABS cumpre sua função bem, parando o veiculo em curtos espaços.

O Celer é um carro que agrada visualmente com desempenho justo para seu segmento, oferecendo o que o consumidor desse tipo de veículo procura: preço e bom pacote de itens de série. Ele merece ser considerado por um comprador disposto a investir R$ 40.000,00 em um compacto.

Nova fase da Chery no Brasil – O Chery Novo Celer inicia uma nova fase da Chery no Brasil. Começando com cerca de 35% de índice de nacionalização, graças à parceria com diversos fornecedores locais (Plascar, Metagal, Pirelli, Moura, Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf, Petronas, entre outros), o primeiro veículo chinês produzido no Brasil marca o início de um novo desafio: crescer no acirrado mercado brasileiro de veículos compactos.

Para conquistar este desafio, a Chery tem se preparado para uma luta entre gigantes, em que a melhor arma é o produto e, para agradar o gosto do brasileiro, foi a fundo em pesquisas de mercado para oferecer o melhor veículo, de forma que o proprietário de um automóvel Chery tenha orgulho e satisfação do bem adquirido.

Para tanto, construiu um fábrica no Brasil para concorrer em situação de igualdade com os principais competidores. Esta é a primeira operação completa de carros de uma montadora de origem chinesa fora da China, e consumiu investimentos totais de US$ 530 milhões. No futuro, contará também com um Centro de Pesquisa & Desenvolvimento para desenvolver e produzir veículos especialmente para o mercado brasileiro e América Latina.

O Novo Celer passa a ser, assim, um carro nacional, brasileiro de chassis, peças e coração, com personalidade própria que reflete em qualidade, estilo, conforto, tecnologia e preço competitivo, feito especialmente para quem não tem medo de inovar, tem iniciativa e gosta de estar sempre à frente.

Com colaboração de Henrique Pereira – Engenheiro mecânico, especializado em motores de combustão interna com 28 anos de experiência na indústria automobilística. Atualmente, é consultor independente, membro da Comissão Técnica de Motores da SAE , e da Comissão técnica de Eficiência Energética da AEA. É professor orientador do curso de pós-graduação em Engenharia Automotiva da Escola de Engenharia Mauá.