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A importância da flexibilização na cadeia logística automotiva

O sistema de produção sem estoque é empregado na grande maioria das indústrias fabricantes de veículos no mundo.

A indústria automobilística no Brasil depende totalmente do transporte rodoviário, tanto para receber insumos como para manter suas linhas de produção em funcionamento, além de também usá-la para despachar os veículos fabricados.

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Consequentemente, esta cadeia de suprimento é diretamente atingida em situações de instabilidade e greve.

No chamado sistema “Just in time” a produção de peças ocorre de acordo com a demanda.

As indústrias automobilísticas utilizam a técnica adotada pelos produtores de leite nos EUA, conhecida por “Milk Run”, que possibilita a manutenção e melhorias no sistema Just in time, pois apresentam uma característica comum, a redução de estoques.

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O Milk Run é um sistema de coletas programadas de objetos que utiliza um único equipamento de transporte para realizar as coletas e entregar os objetos no destino final.

Desta forma, esse sistema de coleta programada de peças permite um maior controle sobre as que são realmente essenciais e utiliza uma maior frequência de abastecimento com consequente redução de estoques, fazendo com que diversas empresas utilizem o mesmo veículo para entregar peças às montadoras.

Sendo assim, o estoque das indústrias automotivas está sempre dentro dos caminhões que, em decorrência da greve, provoca um efeito cascata em todos os setores.

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Com base nessa situação, a cadeia logística automotiva atual deve ser cada vez mais, além de eficiente, invulnerável, evitando interrupções em escala potencial, para sobreviver e sobressair ao “efeito borboleta” – no qual uma alteração, em qualquer ponto que seja, possa gerar consequências impactantes no mercado.

Em decorrência desse contexto, os planos estratégicos de logística devem passar por indagações que considerem as tendências que estão delineando o setor automotivo: crescimento global, plataformas múltiplas, aproximação com o cliente e redução de custos.

E foi pensando nisso que se elaborou o sistema de operações enxutas e resilientes, do inglês Lean and Resilient, que descrevem a cadeia de suprimento híbrido para o setor automotivo, denotando a capacidade de prever e agir à crescente vulnerabilidade das cadeias de suprimentos diante de motivos como volatilidade econômica, catástrofes naturais e inconsistência política.

Não obstante, a mesma não mostrou resiliência mediante à situação da greve dos caminhoneiros.

Faz-se necessária, então, a revisão e aprimoramento do plano logístico de estratégias, a fim de avantajar as montadoras em situações inusitadas.

Chega-se à conclusão que deve haver maior atenção aos processos e sistemas para melhor gerenciar a volatilidade e o risco.

De acordo com o presidente da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, houve uma perda de 70 a 80 mil unidades de produção, deixando de embarcar em torno de 15 mil unidades.

Tendo em vista que a queda no faturamento não acontece só no período da greve, mas também no período de retomada das atividades, que segundo as montadoras, leva em torno de 10 dias para ter tudo funcionando como antigamente, é necessário então garantir que suas cadeias globais de suprimentos sejam resilientes o suficiente para sobreviver à imprevisibilidade.

(*) Mariana Zuliani Theodoro de Lima, professora de engenharia do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie campusCampinas.

(**) Gabriela Rodrigues Souza, discente de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie campus Campinas.

A especialista está disponível para comentar o assunto. Para acioná-la basta encaminhar a solicitação para o e-mail: imprensa@mackenzie.br.

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