O aumento das vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil traz à tona uma preocupação comum entre os consumidores: as baterias perdem autonomia com o tempo? A tecnologia utilizada nesses veículos é projetada para garantir durabilidade, e, com os cuidados certos, as baterias podem manter um desempenho eficiente por mais de uma década.
A durabilidade das baterias de íons de lítio nos veículos elétricos e híbridos é um tema recorrente entre consumidores, principalmente por conta da experiência com baterias de celulares, que, com o passar do tempo, perdem eficiência e exigem recargas mais frequentes. No entanto, ao contrário dos dispositivos móveis, as baterias automotivas possuem tecnologia mais avançada e sistemas de gerenciamento que garantem uma vida útil muito maior.
A expectativa de vida útil das baterias de carros eletrificados pode variar entre 10 e 20 anos, dependendo do uso e das condições de operação. Estudos indicam que a taxa média de degradação fica entre 1% e 3% ao ano, o que significa que, mesmo após uma década de uso, a bateria ainda pode manter mais de 80% de sua capacidade original. Esse desgaste ocorre devido à degradação química natural e ao uso acumulado ao longo dos anos.
A perda gradual de capacidade das baterias acontece porque, a cada ciclo de carga e descarga, sua resistência interna aumenta, tornando o armazenamento de energia menos eficiente. Esse fenômeno é semelhante ao que ocorre em uma garrafa PET amassada: ela ainda pode conter líquido, mas sua capacidade real é reduzida. O mesmo acontece com a bateria, que mantém sua estrutura, mas perde gradualmente parte de seu desempenho.
O uso inadequado da bateria pode acelerar essa degradação. Carregar a bateria sempre até 100% ou deixá-la descarregar completamente são hábitos prejudiciais, assim como o uso excessivo de carregamento rápido, que pode elevar a temperatura e acelerar o desgaste dos componentes internos. A recomendação dos especialistas é manter a carga entre 20% e 80% sempre que possível, prática que ajuda a prolongar sua eficiência ao longo dos anos.
A diferença entre as baterias de veículos elétricos e híbridos também chama atenção. Nos modelos 100% elétricos, a bateria precisa ter capacidade muito maior, já que é a única fonte de energia para o motor.
Nos híbridos plug-in (PHEVs), o motor a combustão complementa a propulsão elétrica, exigindo baterias menores. Apesar dessa diferença, a vida útil e o processo de degradação são semelhantes nos dois tipos de veículos.
Os fabricantes de veículos eletrificados garantem que as baterias não perdem sua utilidade rapidamente. As montadoras oferecem garantias que variam entre 8 e 10 anos, ou até que a capacidade da bateria caia para 70% do seu total original. Marcas como Tesla e BYD se destacam nesse quesito, chegando a oferecer garantias de até 240.000 km rodados.
Outro fator importante a considerar é o reaproveitamento e a reciclagem das baterias. Mesmo quando não são mais eficientes para uso em veículos, muitas ainda possuem capacidade suficiente para outras aplicações, como armazenamento de energia em sistemas solares. Além disso, os materiais críticos, como lítio e cobalto, podem ser recuperados para a produção de novas baterias, tornando o ciclo de vida mais sustentável.
Embora as baterias de veículos elétricos percam eficiência com o tempo, sua longevidade é garantida por tecnologias avançadas de gerenciamento e boas práticas de uso. Com a eletrificação ganhando espaço no Brasil e no mundo, entender a durabilidade e manutenção das baterias se torna essencial para quem busca um carro elétrico como alternativa viável e sustentável para o futuro da mobilidade.
