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Lançado dispositivo automático de sinalização de parada

Ciência e tecnologia brasileiras prometem reduzir os acidentes de trânsito

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A Olimpus, a mais tradicional fabricante de antenas e alarmes automotivos da América Latina, está lançando um produto inédito no Brasil e no mundo, chamado DASP – Dispositivo Automático de Sinalização de Parada.

Este dispositivo foi concebido para reduzir riscos de acidentes de trânsito provocados por colisão traseira, através de seu sistema que mantém automaticamente as luzes de freio e brake-light acesos, quando o veículo estiver parado no trânsito mesmo sem o acionamento do pedal do freio.

A partir desse mês a Olimpus estará distribuindo o produto para o consumidor final em mais de cinco mil pontos-de-venda, entre lojas, revendedoras, concessionárias e demais canais de distribuição.

Por ser um sistema pioneiro no mundo, a Olimpus pretende direcionar parte da produção para o mercado externo, prevendo exportações para Mercosul, Europa e China.

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João Tadeu da Silva, gerente comercial da Olimpus, acredita que o DASP venha a revolucionar a segurança veicular.

Estatísticas oficiais apontam que os acidentes por colisão traseira representam 30% das ocorrências de trânsito no Brasil.

Segundo o Anuário Estatístico do DNER (Departamento Nacional de Estradas e Rodagens), essas colisões superam em número absoluto capotagens, colisões frontais, atropelamentos, etc.

Desenvolvido e patenteado pelo engenheiro brasileiro Claudio Callia, o invento tem merecido destaque em vários congressos do setor automotivo. A Olimpus estima a comercialização do DASP em 10 mil unidades por mês, mas já preparada para elevar essa marca em curtíssimo espaço de tempo.

“Considerando o crescente número de veículos nas ruas, temos um mercado ilimitado para o produto, que é compatível com qualquer modelo e marca, inclusive motos, além disso, contribui para essa projeção o fato de o DASP ser de fácil instalação e funcionalidade simples”, avalia Tadeu.

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De acordo com o engenheiro Claudio Callia, vários fatores colaboram para a ocorrência das colisões traseiras.

Uma das mais importante é a vulnerabilidade que os veículos adquirem, em trânsito, quando parados sem sinalização.

“Em rodovias, essa falta informativa tem se mostrado freqüentemente fatal”, afirma.

Ele ressalta que existe uma diferença muito grande entre ver um veículo à frente e concluir que este se encontra parado.

“A análise de grande número de colisões traseiras sugere que na maioria das vezes, por falta de uma sinalização adequada, ao ocorrer a percepção de que o veículo à frente estava parado, não houve condição do acidente ser evitado. Se o carro à frente estivesse sinalizado por meio de luzes de freio ou pisca-alerta ou gestos ou triângulos, muitas dessas ocorrências poderiam ter sido evitadas”.

Como nem sempre é possível sinalizar voluntariamente, os veículos ficam em condições de extrema vulnerabilidade.

O DASP foi desenvolvido justamente para viabilizar essa sinalização de forma involuntária, ou seja, evidenciar o fato – carro parado – em tempo real e em qualquer situação de fluxo.

O dispositivo gerencia sistemas que o veículo já possui e, ao interpretar seu estado de movimento, comanda o acendimento das luzes de freio quando o mesmo estiver parado, independentemente de qualquer ação do motorista.

Assim, informa aos veículos que trafegam por de trás, de forma automática, a sinalização de alerta para carro parado.

Conta da Tragédia – Um estudo preparado pelo Instituto de Segurança no Trânsito avalia o custo dos acidentes no Brasil.

Em 1998, ano-base do trabalho, cerca de 40 mil brasileiros morreram, 400 mil se feriram e 100 mil ficaram inválidos.

CUSTO ANUAL DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO BRASIL (EM REAIS)

Perda de produção
8 bilhões

Perdas materiais
6 bilhões

Custos médicos
5,4 bilhões

Despesas com pagamento de seguro
1 bilhão

Atendimento da Previdência
600 milhões

Custos legais
200 milhões

Outros custos
200 milhões

Total
21,4 bilhões

(Revista Veja – 04/10/00)

A atuação do DASP é direcionada para a incidência de colisões traseiras, ou 30% do total dos acidentes de trânsito no Brasil.

O potencial redutor sócio-econômico pode ser estimado a partir de dados conhecidos e veiculados na mídia.

Levando-se em conta as informações do Instituto de Segurança no Trânsito – conforme tabela acima – o DASP atuaria em um universo de cerca de 160 mil vítimas e R$ 6,42 bilhões em custos ao ano.

É notória, em pesquisas americanas, a redução de acidentes por colisão traseira (na faixa de 53%), quando do uso do brake-light.

Segundo a Olimpus, não há condição de se quantificar ainda os resultados com o uso do DASP, enquanto o mesmo não estiver instalado em frota significativa para fins estatísticos.

Considerando-se um índice hipotético de eficiência de 15%, já estará contribuindo para a exclusão de aproximadamente 80 mil vítimas e redução de aproximadamente R$ 3,21 bilhões em custos.

Levando-se em conta que o DASP pode evitar acidentes de pequenas e/ou grandes proporções e o envolvimento de vidas humanas, assim como de bens materiais (e, conseqüentemente, questões securitárias – como prêmios, franquias etc.), é de se esperar que o DASP possa se tornar, além de importante equipamento de segurança, um instrumento mercadológico.

Uma invenção totalmente brasileira – O DASP, criado pelo engenheiro Claudio Callia, representa uma vitória do talento e da inventividade nacional.

Totalmente desenvolvido no Brasil, e inédito na engenharia automotiva mundial, o produto é fabricado aqui, pela Olimpus, também responsável pelo seu lançamento no mercado.

As pesquisas no sentido de desenvolver um projeto para minimizar os acidentes por colisão traseira tiveram início em 1990.

Por muito tempo, Callia compilou dados sobre esse tipo de eventos em seguradoras, laudos periciais, boletins de ocorrências e matérias veiculadas na mídia.

Concluiu desses dados que havia a necessidade de um sistema automatizado de sinalização e passou a trabalhar dentro desse objetivo, materializando algumas idéias que culminaram com a criação do DASP.

O projeto transformou-se em pedido de patente e já em 1999 alguns protótipos estavam em testes. A concessão da patente de invenção deu-se em 2003.

Nesse mesmo ano, em agosto, Callia apresentou o projeto no Congresso SIMEA e no Congresso SAE. Em 2004 concorreu ao Prêmio Zero Acidente, quando obteve o 1º lugar na categoria sociedade e participou de outros eventos.

Ainda em 2004, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), aprovou e pleiteou junto ao DENATRAN o reconhecimento dessa nova tecnologia.

O sistema passou a ser testado em montadoras e submetido a aprovações – como equipamento de segurança ativa – sendo avaliado pela UNICAMP e, recentemente aprovado pelo CESVI (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

Claudio Callia, é brasileiro, natural de São Paulo e tem 54 anos. Engenheiro Civil pela FAAP com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, dedica-se a pesquisas independentes e criação e desenvolvimento de sistemas funcionais para a aplicação em Engenharia Civil e Automotiva.

Depoimentos – Alexandre Novaes, coordenador da Comissão de Segurança Veicular da AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, entende que o conceito do DASP é muito interessante, pois mantém o carro “visível”, o que agrega muito valor à proposta do seu idealizador.

Ele ressalta que o engenheiro Claudio Callia apresentou o protótipo do DASP em um seminário e a aprovação do produto foi unânime no quesito segurança.

O produto foi tão bem aceito que a diretoria da AEA encaminhou um ofício ao Denatran e ao Detran dando apoio ao invento e sugerindo sua liberação, pois trata-se de mais uma ferramenta para a segurança dos motoristas.

Também o Professor Doutor em Engenharia Mecânica da Unicamp (Campinas- SP), Celso Arruda, que coordenou o laudo técnico sobre o DASP, vê o lançamento do produto como um fator “muito positivo” e que deve concorrer de fato para a redução das colisões traseiras.

Arruda, assessor da Câmara de Assuntos Veiculares do Denatran, ressalta que esse dispositivo é interessante no Brasil porque torna o funcionamento do veículo comum semelhante ao dos carros automáticos, que contam com um sistema de sinalização nesse sentido.

“Em nosso País, onde os veículos automáticos existem em pequeno número, por conta do preço alto, os motoristas podem obter igual segurança contra acidentes traseiros com a instalação do DASP, a um baixo custo”, pondera.

O DASP passou pelo crivo do CESVI Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), com sede na região do Jaraguá, em São Paulo, único centro de pesquisa do País dedicado ao estudo da reparação automotiva e membro do RCAR (Research Council for Automobile Repair), um conselho internacional de 24 centros de pesquisa em reparação e segurança viária.

Uma das áreas de atuação do CESVI é avaliar e oferecer soluções visando a prevenção de acidentes. O CESVI atestou que o equipamento mostrou estar dentro do objetivo proposto.

Sinaliza através da luz de freio quando o veículo se encontra parado, inclusive com freio de mão acionado independentemente da ação do condutor. Pode auxiliar na redução de colisões traseiras, sem alterar as características originais dos veículos e não interferindo em outros componentes elétricos/ eletrônicos.

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